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MATO GROSSO DO SUL
Pamplona pedia votos para o PT em reuniões com famílias carentes
Coordenador é exonerado do governo
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O coordenador-geral do programa que distribui cestas básicas
do governo de Mato Grosso do
Sul, Neriberto Pamplona, 41, foi
exonerado do cargo ontem, após
reportagem da Folha ter revelado
que ele e subordinados têm realizado reuniões com moradores
pobres para pedir votos para Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e para o
governador José Orcírio Miranda
dos Santos, o Zeca do PT, candidato à reeleição.
A informação foi dada pelo procurador-geral do Estado, José
Wanderley Bezerra Alves. O governo também anunciou o afastamento de outros dois servidores
citados na reportagem, entre eles
a coordenadora do programa em
Campo Grande, Isabel Fernandes
Alvarenga, 47, e a abertura de sindicância. Os três trabalhavam no
Programa de Segurança Alimentar, que distribui 60 mil cestas básicas por mês no Estado e é um
dos principais pontos da campanha de Zeca à reeleição.
A reportagem narrou uma reunião realizada no bairro Monte
Castelo, em Campo Grande, na
última quarta-feira, na qual Isabel
pedia votos a Lula e Zeca e, ao final, 32 pessoas deixaram seus nomes e endereços numa agenda
para possível inclusão no programa de cesta básica.
Em entrevista na semana passada, Isabel e Pamplona admitiram
outras 14 reuniões do gênero, mas
disseram que elas são feitas fora
do horário de expediente e "a pedido" de moradores de regiões
carentes. Ontem eles não foram
localizados.
Em nota oficial divulgada ontem à tarde, o governo de Mato
Grosso do Sul afirma que "nunca
orientou, nem admite, qualquer
ação política em relação aos seus
programas sociais e desconhecia,
até o presente momento, qualquer ação não permitida em lei e
fora dos padrões éticos".
Assinada pelo procurador-geral
Bezerra Alves, a nota afirma ainda
que "desautoriza publicamente
qualquer pessoa a falar em nome
do governador e do Estado".
Segundo Bezerra Alves, essa
medida apenas ratifica uma norma do governo estadual.
Procurado, o presidente regional do PT, partido ao qual os servidores são filiados, Mariano Cabreira, não comentou o assunto.
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