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Promotor investiga caso das ervilhas
DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da
Silveira, solicitou às Receitas Federal e Estadual que façam um levantamento contábil nas empresas Gesa, Thathica, Cathita e Supermercado Estrela de Suzano.
Elas participaram de uma licitação, suspensa depois pela Justiça,
para fornecimento de 41.787 cestas básicas por R$ 1,25 milhão. O
promotor desconfia de que houve
direcionamento na licitação.
De acordo com o promotor, serão auditadas as contas das empresas referentes aos últimos dois
anos. O objetivo, conforme explicou, é detectar algum tipo de
transferência suspeita.
Em maio, a Folha noticiou que
o edital de concorrência exigia
que cada cesta tivesse uma lata de
330 gramas de "molho de tomate
refogado e peneirado, com ervilhas". Comerciantes protestaram
contra a exigência, argumentando que o produto não era encontrado no mercado.
A única empresa que fabricava
o produto seria a Oderich. Um comerciante da cidade chegou a telefonar para a Oderich para comprar o produto, mas a empresa informou que somente poderia
comprá-lo na Cathita.
O vereador Nicanor Lopes
(PSDB) também observou que as
quatro participantes da licitação
tinham um mesmo procurador.
Além disso, a Cathita e a Thathica
tinham sócios em comum. As
mulheres dos donos dessas empresas são proprietárias da Gesa,
que acabou fornecendo cestas básicas emergenciais para a Prefeitura de Ribeirão Preto.
Em julho, o Tribunal de Justiça
de São Paulo autorizou a abertura
de um inquérito policial para apurar um suposto ilícito penal praticado pelo prefeito Antônio Palocci Filho. A autorização do TJ atendeu ao pedido da Procuradoria
Geral de Justiça.
Palocci havia mandado abrir
uma sindicância administrativa
na prefeitura para investigar se fora cometido alguma irregularidade. A sindicância concluiu que
não houve irregularidade. O relatório foi entregue ao Ministério
Público Estadual.
O delegado Adilson Massey,
que apura o suposto ilícito penal
praticado pelo prefeito, afirmou
que recebeu cópias da concorrência no começo da semana passada. "Estamos ouvindo os envolvidos e analisando os documentos.
Quem vai julgar se houve alguma
coisa errada será a Justiça."
Ele deve solicitar, ainda nesta
semana, um interrogatório com
Palocci que, por ser prefeito, tem
o direito de escolher o dia, a hora e
o local para ser ouvido. A polícia
deve aproveitar o encontro para
também ouvi-lo sobre outros dois
casos que estão sendo investigados pela Delegacia Seccional: um
contrato emergencial (o Cata Galhos) com a Leão & Leão e uma
suposta contratação irregular de
uma professora.
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