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OUTRO LADO
Prefeito aponta antecessor como o responsável
DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Antônio Palocci Filho, prefeito licenciado de Ribeirão Preto e
coordenador do programa de
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva à Presidência, acusou seu
antecessor, Roberto Jábali
(PSDB), pela não-conclusão das
obras das duas estações de tratamento de esgoto na cidade.
Palocci disse que a propaganda que foi espalhada em 1996
em Ribeirão Preto, principalmente durante a campanha para prefeito, não era enganosa.
"O contrato é para ter 100% do
esgoto tratado e, concluídos todos os trabalhos, terá", disse.
"Ribeirão será a única cidade
grande a ter 100% do esgoto tratado e é uma obra de grande valor social."
De acordo com Palocci, Jábali
"não quis fazer a obra e, por isso, ficou paralisada durante
quatro anos". O prefeito afirmou que em 1996, durante sua
gestão, o consórcio contratado
"começou o processo de busca
de financiamento e o início da
instalação de emissários".
Osvaldo Ceoldo, ex-secretário
de governo de Jábali, disse que a
obra não foi adiante no prazo
programado porque a empresa
contratada na gestão de Palocci
não conseguiu provar ao
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) que tinha capacidade financeira para tocar o empreendimento.
A situação só teria sido contornada com a mudança na sociedade do consórcio, em 1999.
Ainda segundo Ceoldo, foi na
gestão do prefeito do PSDB que
a primeira estação foi concluída.
Palocci disse que a estação de
tratamento Ribeirão Preto, que
está em obras, deverá ser concluída em cerca de um mês. Ele
admitiu, porém, que ainda faltarão alguns emissários e outras
obras de ligação de esgoto para
que a cidade possa ter 100% do
esgoto tratado.
Palocci informou que a prefeitura está fazendo a urbanização
de favelas e a intenção é que essas áreas também tenham recolhimento de esgoto. "É um trabalho lento." Segundo o prefeito, o esgoto lançado por esses
núcleos corresponde a aproximadamente 2% do total.
Sobre o pagamento da prefeitura à concessionária, mesmo
sem a conclusão da segunda estação, Palocci afirmou que "a
prefeitura não quis cobrar dos
moradores [que moram na região atendida pela primeira estação" porque não está tudo
concluído".
"Seria complicado" cobrar
apenas de uma parte da população. Além disso, "a obra não está sendo feita por filantropia".
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