São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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OUTRO LADO

Prefeito aponta antecessor como o responsável

DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

DA FOLHA RIBEIRÃO

Antônio Palocci Filho, prefeito licenciado de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, acusou seu antecessor, Roberto Jábali (PSDB), pela não-conclusão das obras das duas estações de tratamento de esgoto na cidade.
Palocci disse que a propaganda que foi espalhada em 1996 em Ribeirão Preto, principalmente durante a campanha para prefeito, não era enganosa. "O contrato é para ter 100% do esgoto tratado e, concluídos todos os trabalhos, terá", disse.
"Ribeirão será a única cidade grande a ter 100% do esgoto tratado e é uma obra de grande valor social."
De acordo com Palocci, Jábali "não quis fazer a obra e, por isso, ficou paralisada durante quatro anos". O prefeito afirmou que em 1996, durante sua gestão, o consórcio contratado "começou o processo de busca de financiamento e o início da instalação de emissários".
Osvaldo Ceoldo, ex-secretário de governo de Jábali, disse que a obra não foi adiante no prazo programado porque a empresa contratada na gestão de Palocci não conseguiu provar ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que tinha capacidade financeira para tocar o empreendimento.
A situação só teria sido contornada com a mudança na sociedade do consórcio, em 1999. Ainda segundo Ceoldo, foi na gestão do prefeito do PSDB que a primeira estação foi concluída.
Palocci disse que a estação de tratamento Ribeirão Preto, que está em obras, deverá ser concluída em cerca de um mês. Ele admitiu, porém, que ainda faltarão alguns emissários e outras obras de ligação de esgoto para que a cidade possa ter 100% do esgoto tratado.
Palocci informou que a prefeitura está fazendo a urbanização de favelas e a intenção é que essas áreas também tenham recolhimento de esgoto. "É um trabalho lento." Segundo o prefeito, o esgoto lançado por esses núcleos corresponde a aproximadamente 2% do total.
Sobre o pagamento da prefeitura à concessionária, mesmo sem a conclusão da segunda estação, Palocci afirmou que "a prefeitura não quis cobrar dos moradores [que moram na região atendida pela primeira estação" porque não está tudo concluído".
"Seria complicado" cobrar apenas de uma parte da população. Além disso, "a obra não está sendo feita por filantropia".


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