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TRANSPARÊNCIA
Brasil ocupa agora o 59º lugar em um ranking com 146 países
Corrupção não diminuiu, diz ONG
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Pelo sétimo ano consecutivo, o
Brasil não conseguiu melhorar a
percepção internacional sobre a
corrupção no país, segundo o Índice de Percepções de Corrupção
da Transparência Internacional
(TI), divulgado ontem. Neste ano,
o Brasil repetiu a nota de 2003, 3,9,
(numa escala de 0 a 10), mantendo a imagem de um país com alto
grau de corrupção. O país ocupa a
59ª posição de um total de 146 países. No ano passado, estava em
53º, mas havia apenas 133 países.
Esse número foi calculado a
partir de 11 levantamentos feitos
entre 2002 e 2004 por sete instituições diferentes, entre elas a Universidade Columbia (EUA) e o
Fórum Econômico Mundial. A
maioria das pesquisas (oito) foi
realizada já no governo Lula.
A ONG Transparência Brasil
(TB) diz que a nota mantém o
país entre os "que não são vistos
pelos formadores de opinião internacionais como tendo empreendido medidas eficazes para
reduzir as fraudes". "O índice não
é apenas do governo federal, mas
ele tem o papel de liderança para
dar exemplo e atuar com mais vigor contra a corrupção, o que Lula tem feito timidamente, assim
como Fernando Henrique Cardoso", disse o diretor-executivo da
TB, Claudio Weber Abramo.
Sobre a principal iniciativa de
Lula contra a corrupção, afirma:
"A Controladoria Geral da União
está avançando no combate à corrupção, mas tem o problema institucional de funcionar como
uma corregedoria, sem ter influência nos demais Ministérios,
embora isso esteja aumentando".
A culpa, no entanto, não é só do
governo federal. O problema tem
de ser dividido pelas esferas estadual e municipal. "O Estado de
São Paulo tem um peso importante. O ICMS é reportado em
nossos levantamentos como o
imposto que mais tem problemas
e não é responsabilidade federal".
O ministro Waldir Pires (Controle) disse ontem que a posição
do Brasil não causa "surpresa":
"O indiscutível aumento das
ações de combate à corrupção,
que é uma das marcas do governo
Lula, poderia até, num primeiro
momento, aumentar a noção sobre a existência da corrupção, já
que as pesquisas da Transparência Internacional medem apenas
a percepção sobre ela". Segundo
ele, o público pesquisado é composto de empresários, advogados
e banqueiros que não acompanham as ações de cada governo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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