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Durante inauguração, presidente diz que não pode "falar de política"
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva evitou falar da disputa eleitoral em São Paulo na sua primeira visita à cidade no período do
segundo turno. "Eu não posso falar de política e eu não vou falar",
disse ao participar ontem da inauguração de um Centro de Especialidade Odontológica, em Campo Limpo (zona sul de SP).
Na campanha para o primeiro
turno, Lula inaugurou o prolongamento da avenida Radial Leste,
sem a presença da hoje prefeita licenciada Marta Suplicy (PT), e
pediu votos para a reeleição da
petista. Por isso, o presidente foi
multado em R$ 50 mil em primeira instância judicial.
Subprefeitos e o secretário da
Saúde, Gonzalo Vecina, porém,
não perderam a oportunidade
ontem de agradecer a Lula às "importantes parcerias" entre os governos federal e municipal, em
clara alusão ao discurso de Marta,
que repete que suas boas relações
com o presidente poderão beneficiar a cidade, caso ela se reeleja.
O presidente participou da
inauguração de um dos sete centros de atendimento odontológico abertos ontem em São Paulo.
Eles fazem parte do projeto "Brasil Sorridente", lançado em março
pelo governo. A inauguração dos
centros em que Lula não estava
presente foi transmitida ao vivo,
por um telão, durante o evento
em Campo Limpo. As unidades
foram inauguradas pelos respectivos subprefeitos. Cada um fez
um discurso rápido. Quatro mencionaram "o apoio do presidente
a essa importante parceria com a
gestão da prefeita Marta Suplicy".
Vecina, que discursou antes de
Lula, além de agradecer ao apoio
do governo federal, fez o pronunciamento mais exaltado. "Estão
falando em apagão da saúde.
Apagão foi uma palavra inventada, vocês sabem por quem e por
qual motivo", afirmou, em referência à crise do setor elétrico em
2001, durante o governo FHC.
O presidente, que falou de improviso, lembrou que problemas
com a dentição atrapalham os jovens no mercado de trabalho.
Brincando, disse ser difícil até namorar quando se perde parte dos
dentes. "Vejo, em muitos lugares
desse país, meninas de 15 anos
sem nenhum dente na boca."
Para Lula, o custo dos serviços
odontológicos os tornam inacessíveis para a maioria da população. O presidente afirmou que o
"Brasil Sorridente" dará às pessoas de baixa renda o direito à
saúde bucal. "Se o povo [no mundo] já gosta de nós [brasileiros]
agora, imagina como será quando
estivermos de boca nova", disse.
O projeto prevê o repasse de
verbas federais aos municípios
para a instalação e o custeio de
unidades para tratamento odontológico. A previsão é gastar R$
1,3 bilhão até o final de 2006.
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