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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CONTAS DE CAMPANHA
Bancada aprova resolução se comprometendo a não usar financiamento ilegal e a divulgar contas diariamente na internet em 2006
Senadores do PT fazem pacto contra caixa 2
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enfrentando uma crise que pôs
em xeque o patrimônio ético do
PT, a bancada do partido no Senado divulgou ontem uma proposta de resolução segundo a qual
os candidatos petistas nas próximas eleições prometem não fazer
caixa dois novamente. A medida
foi aprovada pelos senadores petistas e será submetida ao Diretório Nacional no próximo sábado.
Também está sendo proposto
que os petistas que disputarão
cargos em 2006 registrem na internet diariamente as receitas da
campanha, identificando suas
fontes, e as despesas.
"Que o PT e todos os seus candidatos que disputarão cargos nas
eleições de 2006 e seguintes, tanto
para o Legislativo quanto para o
Executivo, assumamos o compromisso de estar registrando na
rede mundial de computadores,
diariamente, as receitas, identificando as suas fontes, e as despesas
efetuadas relacionadas às campanhas eleitorais, e de não utilizarmos recursos não-contabilizados
ou de caixa dois", diz a resolução
sugerida pelos senadores.
O deputado Chico Alencar
(PSOL- RJ), então no PT, chegou
a propor, há dois anos, que o partido divulgasse em tempo real as
contribuições de campanha. A
resposta do então tesoureiro Delúbio Soares foi que "transparência assim é burrice".
Prática comum
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) acha natural ter que se
comprometer a não fazer caixa
dois, já que a prática ilegal seria
adotada por todos os partidos.
Ele citou o depoimento de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que admitiu à CPI dos Correios ter havido caixa dois na
campanha à reeleição do tucano
ao governo de Minas, em 1998.
"Essa prática ocorreu no nosso
partido mas também nos demais,
como foi testemunhado pelo
Cláudio Mourão. No PFL também houve caixa dois", afirmou
Suplicy. Essa também é a linha
adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que já declarou
que o que o PT fez, "do ponto de
vista eleitoral, é o que é feito sistematicamente no Brasil".
A proposta de resolução foi
aprovada pelos 12 senadores petistas. São eles: Aloizio Mercadante (SP), Ana Júlia Carepa (PA),
Delcídio Amaral (MS), Eduardo
Suplicy (SP), Fátima Cleide (RO),
Flávio Arns (PR), Ideli Salvatti
(SC), Paulo Paim (RS), Saturnino
Braga (RJ), Sibá Machado (AC),
Serys Slhessarenko (MT) e Tião
Viana (AC).
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