São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Petistas não farão mais burrices, diz Lula

"Agora já aprendemos, estamos calejados", afirma presidente, que disse ser "importante" que a eleição tenha ido para o 2º turno

Petista diz que nova etapa da disputa possibilitou uma comparação de projetos: "Todo mundo acordou para o que podia acontecer"


DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM DIVINÓPOLIS (MG)

Num comício de campanha ontem à noite em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, num eventual segundo mandato no Palácio do Planalto, petistas não vão repetir as "burrices" cometidas na primeira gestão do partido na Presidência.
"Agora já aprendemos, agora já estamos calejados. Desta vez, agora, companheiros petistas não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato, certamente não vão fazer", disse o presidente.
Na capital mineira, Lula participou de um evento de campanha organizado por diferentes movimentos sociais, além de partidos como o PT e o PMDB. Numa fala improvisada de 20 minutos a cerca de 3.000 pessoas, ao lado do vice-presidente, José Alencar, e de oito ministros, Lula disse que tanto para ele como para Alencar teria sido "mais fácil" se a eleição tivesse terminado no último dia 1º de outubro.
"Ela [a campanha no primeiro turno] estava insossa, como um comida sem tempero, sem sal", disse o presidente, que admitiu: "Nem nos debates eu fui porque pensei que as coisas já estavam ganhas".
"Tem coisas que acontecem na nossa vida que, num primeiro momento, a gente fica chateado, fica nervoso, acha ruim." No segundo turno, disse, "todo mundo acordou para o que podia acontecer neste país".
Lula começou sua fala prometendo que falaria "pouco" e em voz baixa. "Se eu falar demais, eu posso ficar sem voz para os debates, pois a gente nunca sabe como é que o adversário [o tucano Geraldo Alckmin] vem. A gente precisa estar descansado", afirmou.
A seguir, porém, fez um discurso raivoso contra seus adversários, elevando o tom de voz e chegando a embargá-la em momentos nos quais citou algumas ações de seu governo, como créditos da agricultura familiar e os programas Luz para Todos e Bolsa Família.
Mais cedo, em Divinópolis (MG), Lula já havia dito que foi "importante" não ter vencido a eleição presidencial no primeiro turno, para que o "povo brasileiro visse concretamente a diferença dos dois projetos que estão em disputa".
"Não foi possível [a vitória no primeiro turno]. E de vez em quando eu acho que Deus faz as coisas certas. Foi importante que a gente não ganhasse no primeiro turno para que a gente pudesse permitir que o povo brasileiro visse concretamente a diferença dos dois projetos que estão em disputa na eleição." (EDUARDO SCOLESE E THIAGO GUIMARÃES)

Texto Anterior: Patriarca dos Vedoin confirma propina para Abel
Próximo Texto: Mantega afirma que meta fiscal não será alterada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.