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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Petistas não farão mais burrices, diz Lula
"Agora já aprendemos, estamos calejados", afirma presidente,
que disse ser "importante" que a eleição tenha ido para o 2º turno
Petista diz que nova etapa da disputa possibilitou uma comparação de projetos: "Todo mundo acordou para o que podia
acontecer"
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM DIVINÓPOLIS (MG)
Num comício de campanha
ontem à noite em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou que, num
eventual segundo mandato no
Palácio do Planalto, petistas
não vão repetir as "burrices"
cometidas na primeira gestão
do partido na Presidência.
"Agora já aprendemos, agora
já estamos calejados. Desta vez,
agora, companheiros petistas
não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato, certamente não vão fazer",
disse o presidente.
Na capital mineira, Lula participou de um evento de campanha organizado por diferentes movimentos sociais, além
de partidos como o PT e o
PMDB. Numa fala improvisada
de 20 minutos a cerca de 3.000
pessoas, ao lado do vice-presidente, José Alencar, e de oito
ministros, Lula disse que tanto
para ele como para Alencar teria sido "mais fácil" se a eleição
tivesse terminado no último
dia 1º de outubro.
"Ela [a campanha no primeiro turno] estava insossa, como
um comida sem tempero, sem
sal", disse o presidente, que admitiu: "Nem nos debates eu fui
porque pensei que as coisas já
estavam ganhas".
"Tem coisas que acontecem
na nossa vida que, num primeiro momento, a gente fica chateado, fica nervoso, acha ruim."
No segundo turno, disse, "todo
mundo acordou para o que podia acontecer neste país".
Lula começou sua fala prometendo que falaria "pouco" e
em voz baixa. "Se eu falar demais, eu posso ficar sem voz para os debates, pois a gente nunca sabe como é que o adversário
[o tucano Geraldo Alckmin]
vem. A gente precisa estar descansado", afirmou.
A seguir, porém, fez um discurso raivoso contra seus adversários, elevando o tom de
voz e chegando a embargá-la
em momentos nos quais citou
algumas ações de seu governo,
como créditos da agricultura
familiar e os programas Luz para Todos e Bolsa Família.
Mais cedo, em Divinópolis
(MG), Lula já havia dito que foi
"importante" não ter vencido a
eleição presidencial no primeiro turno, para que o "povo brasileiro visse concretamente a
diferença dos dois projetos que
estão em disputa".
"Não foi possível [a vitória no
primeiro turno]. E de vez em
quando eu acho que Deus faz as
coisas certas. Foi importante
que a gente não ganhasse no
primeiro turno para que a gente pudesse permitir que o povo
brasileiro visse concretamente
a diferença dos dois projetos
que estão em disputa na eleição."
(EDUARDO SCOLESE E THIAGO GUIMARÃES)
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