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Com mais receitas, candidatos devem elevar teto de gastos
FÁBIO ZANINI
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embaladas por despesas
maiores do que imaginavam e
pela generosa entrada de recursos, as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo
Alckmin (PSDB) devem elevar
o teto de gastos que haviam informado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No caso do PT, o teto de R$
89 milhões deve sofrer uma revisão em torno de 15%, o que o
faria ultrapassar a casa dos R$
100 milhões. Na campanha de
2002, Lula gastou R$ 39 milhões (em valores atualizados,
cerca de R$ 50 milhões, metade
da previsão de agora). Já o do
PSDB subirá de R$ 85 milhões
para R$ 95 milhões.
A legislação eleitoral permite
a revisão do teto de gastos. O fato de o teto aumentar não significa necessariamente que ele
será atingido. No caso dos tucanos, é uma medida preventiva,
segundo o coordenador da
campanha de Alckmin, senador
Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Pedimos autorização, não quer dizer que vamos gastar isso. Acho
que a gente não chega lá não",
disse Guerra.
Na campanha de Lula, os gastos estouraram basicamente na
distribuição de material de
campanha: bandeiras, panfletos, folders e cartilhas. A prestação parcial de contas da candidatura de Lula de setembro
registra despesa de R$ 4,68 milhões em publicidade por placas, estandartes, faixas e materiais impressos.
O que fez o comitê petista
gastar além do previsto foram
novas idéias que surgiram ao
longo da campanha, principalmente a confecção de material
"direcionado" aos mais diferentes grupos de eleitores. Assim, foram criados impressos,
por exemplo, para pequenos
municípios, agricultores, deficientes físicos e pescadores, entre outros.
"A demanda por material é
muito grande. É uma choradeira em todos os Estados, por
mais que se faça, nunca chega",
disse Gleber Naime, coordenador do GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) da campanha.
A arrecadação de campanha
do PT começou morna, com o
partido inclusive atrasando alguns pagamentos ao marqueteiro João Santana. Mas depois
o dinheiro começou a jorrar.
Segundo a prestação de contas parcial de setembro, a candidatura de Lula havia arrecadado, até aquela altura, R$ 15,1
milhões, enquanto o comitê
presidencial do PT, que tem
contabilidade separada, registrou entrada de R$ 22,32 milhões. É provável, no entanto,
que parte do dinheiro da conta
do candidato seja repasse da
conta do comitê, mas isso só será possível saber após a eleição,
quando a lista de doadores for
divulgada.
Segundo Paulo Ferreira, responsável pelos gastos de infra-estrutura do comitê de Lula, a
campanha tem sido dispendiosa. "Contratar pessoal, cuidar
de hospedagem, distribuir material, tudo isso é muito caro. As
despesas de campanha em um
país com as dimensões territoriais do Brasil são muito altas",
afirmou.
Ele não quis dar detalhes sobre o aumento do teto de gastos, com o argumento de que
essa área está sob responsabilidade do tesoureiro de campanha, José de Filippi Junior, que
não atendeu a reportagem até o
fechamento desta edição.
Nos últimos dois dias, Ferreira ocupou-se de assinar contratos com fornecedores, em São
Paulo. "Estou correndo aqui",
disse, anteontem.
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