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Agências de Marcos Valério ganharam licitação suspeita
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
Usadas, segundo a PF, para
misturar dinheiro público e
doações irregulares no caixa da
campanha de 1998 à reeleição
do então governador Eduardo
Azeredo, as agências de Marcos
Valério entraram no governo
mineiro por meio de concorrência feita em 1993, na gestão
Hélio Garcia (1991-1994).
Na concorrência 002/93, a
SMPB ficou em primeiro lugar,
e a DNA, em quarto. Dos cinco
membros da comissão especial
de licitação que analisou o certame, dois foram indiciados sob
suspeita de peculato (crime de
funcionário público se apropria
ou desvia recurso público) no
inquérito do valerioduto tucano, concluído em julho.
São eles: Eduardo Guedes
Neto, secretário-adjunto de
Comunicação na gestão Azeredo e subsecretário do setor sob
Aécio de 2003 a outubro de
2005; e José Afonso Bicalho da
Silva, presidente do extinto
banco Bemge na gestão Azeredo. O presidente da comissão
foi o atual vice-governador Antônio Anastasia (PSDB).
Em 1995, dos R$ 34,8 milhões empenhados (reservados
para o gasto) para publicidade,
R$ 21,5 milhões (61,7%) ficaram com SMPB e DNA.
Inspeção do TCE-MG sobre
os gastos publicitários de Azeredo de 1995, acessada pela Folha, aponta que, embora tenha
ficado em quarto lugar na licitação, a DNA foi a segunda a receber mais recursos no ano
-atrás apenas da SMPB. Cita
ainda um aumento de verbas
para a DNA de 8.627% -R$ 90
mil para R$ 7,7 milhões- em
relação ao empenho inicial para uma campanha da Fazenda.
Em 96, DNA e SMPB ficaram
em primeiro e segundo lugares
em licitação da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) -concorrência que, segundo a PF, foi direcionada às
agências. Para a PF, pelo menos
R$ 1,6 milhão pago pela Cemig
à SMPB financiou o suposto valerioduto tucano. As despesas
com propaganda da estatal de
1996 a 98 somaram R$ 42,6 milhões -apenas no ano eleitoral
de 98 a SMPB recebeu R$ 5,4
milhões da companhia.
Outro lado
A Cemig diz que a campanha
que, segundo a PF, foi simulada
para desviar dinheiro, teve
aprovação do TCE. Guedes Neto e Bicalho da Silva não foram
localizados pela Folha.
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