São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008 |
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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO Assistencialismo e máquina impulsionam Gabeira e Paes
Aliados dos candidatos, que se dizem opção de mudança, se valem de velhas práticas
ITALO NOGUEIRA DA SUCURSAL DO RIO Embora se apresentem como renovação, Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV), candidatos a prefeito do Rio, têm em suas bases de apoio velhas práticas: uso da máquina pública e assistencialismo. Vereadores eleitos com uma rede assistencialista de atendimento a comunidades carentes auxiliam Gabeira nas zonas oeste e suburbana, onde ele teve seu pior desempenho. Já Paes teve na campanha apoio indireto da máquina estadual, comandada por Sérgio Cabral -seu padrinho político. Gabeira afirma que não vai se beneficiar da rede de centros sociais mantidas por vereadores aliados. Paes e o governo do Estado negam uso da máquina pública durante a campanha. Na base do verde está a vereadora tucana Lucinha, a quem Gabeira pediu desculpas após chamá-la de "analfabeta política" em conversa telefônica ouvida por jornalistas. Ela mantém na zona oeste sete centros sociais e oferece cursos e serviços gratuitos. Também têm centros sociais os vereadores reeleitos João Cabral (DEM) e Teresa Bergher (PSDB). Cabral diz não fazer uso político do centro, mas assume que atraem votos. "[Alguns que vão ao centro] ajudam na campanha. Não é política assistencialista. É trabalho assistencial. Se tiver retorno político, ótimo", disse. Quando Gabeira foi a Campo Grande, uma mulher disse à Folha que soube da agenda no centro de Lucinha. Ela contou ter decidido apoiar o verde ao saber que "Lucinha está com ele". Gabeira disse que não se beneficiará da política assistencialista. "Minha política é clara. Adere quem quiser." Ele afirmou que pretende acabar com os centros. "Vamos substituí-los por uma política com a presença da prefeitura." Em ao menos três ocasiões Paes foi acusado de ser beneficiado por ações do governo Cabral. A Secretaria de Saúde intensificou no segundo semestre publicidade de Unidades de Pronto Atendimento. Em setembro, a Justiça decidiu que o Estado não fizesse propaganda de UPAs no período eleitoral. O governo disse que não recorreu para "não envolver em polêmica serviço de utilidade pública". No final de semana retrasado, o telão do Maracanã passou mensagens em apoio a Paes no intervalo do jogo entre Flamengo e Atlético-MG. A Suderj, órgão responsável pelo estádio e presidido por Paes até julho, disse que auditou o programa que monitora as mensagens e não achou textos pró-Paes. A Folha estava no estádio quando eles foram exibidos. O TRE aguarda um relatório. No mesmo final de semana, a pasta de Segurança enviou a Paes ficha de militante do PV agredido por peemedebistas. O governo diz que houve pedido formal e que também atenderia a pedido similar de Gabeira. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Gabeira vê ciúme em Paes, que o chama de oco Índice |
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