O marqueteiro Duda Mendonça está assessorando a campanha do candidato do PSB no 2º turno em BH

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

FERNANDA ODILLA
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Enquanto o candidato do PMDB à Prefeitura de Belo Horizonte, Leonardo Quintão, tenta cada vez mais associar sua imagem ao PT, o seu oponente, Marcio Lacerda (PSB), usa menos na campanha no rádio e na TV os seus padrinhos políticos -o governador tucano Aécio Neves e o prefeito petista Fernando Pimentel.
As imagens de Aécio e de Pimentel em cenas da campanha de rua continuam aparecendo no programa de Lacerda, mas eles já não aparecem falando -diferentemente do primeiro turno, quando muitas vezes tinham mais espaço que o candidato. No segundo turno, eles falaram na TV apenas nos dois primeiros dias de programa.
Na noite de anteontem, no debate da TV Record, Lacerda foi questionado sobre isso e sobre a expressão "aliança" ter sido muito explorada no primeiro turno e ter sumido agora.
"No primeiro turno houve, talvez, uma presença muito forte do governador e do prefeito. Eu precisava ter me apresentado mais, ter falado mais diretamente [sobre as] propostas com a população, e isso eu estou fazendo agora", respondeu Marcio Lacerda.
Aécio e Pimentel, no entanto, tiveram no último final de semana um papel importante na campanha: ajudar a tentar reverter a ampla vantagem de Quintão na região do Barreiro, um distrito em que, no passado, o PT sempre foi bem votado.
Os dois foram até lá, tomaram cerveja e conversaram com moradores, enquanto Lacerda prometia construir na região o hospital metropolitano que anunciou na campanha, em parceria com o Estado.
Entre promessas e ataques de ambos os lados, Quintão começou a prometer na TV e nos debates "dobrar os recursos do Orçamento Participativo" e fazer um governo de coalizão com o PT. "Vou fazer um governo de coalizão com boa parte do PT", disse Quintão no debate.
Ele já vinha dizendo ter o apoio dos ministros petistas Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), após ter conversado com eles. Patrus e Dulci, no entanto, disseram à Folha na semana passada, via assessoria, que não participam da campanha.
A promessa de dobrar o Orçamento Participativo constava do programa da deputada federal Jô Moraes (PC do B), derrotada no primeiro turno e que agora apóia Quintão.

Dedo do Duda
Ontem, Lacerda revelou que o publicitário Duda Mendonça está trabalhando em sua campanha desde o início do segundo turno. Duda, conforme o socialista, faz uma espécie de "consultoria informal".
O candidato afirmou, no entanto, que o ex-marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é o único que presta esse serviço à sua campanha.


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