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VIAGEM
Em Florença, Fernando Henrique Cardoso defende políticas sociais "ativas"
Presidente participa de cúpula
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
enviado especial a Florença
O presidente Fernando Henrique Cardoso espera que a cúpula
do que está sendo chamado no
Palácio do Planalto de "social-democracia renovada" ajude a encontrar fórmulas de "compatibilizar economia sadia com políticas
sociais ativas".
O movimento inicialmente intitulado "Terceira Via" está realizando sua primeira reunião de
cúpula em Florença, cidade toscana que foi capital da Itália entre
1865 e 1871.
Seis chefes de governo estão
presentes: Tony Blair, do Reino
Unido, Bill Clinton, dos Estados
Unidos, Lionel Jospin, da França,
Gerard Schroeder, da Alemanha,
e Massimo D'Alema, da Itália,
além de FHC. Os presidentes da
Comissão Européia, o italiano
Romano Prodi, e da Internacional
Socialista, o português Antonio
Guterres, também comparecem.
O nome "Terceira Via" está sendo abandonado como designação
do conjunto de idéias políticas
que o primeiro ministro britânico
Tony Blair vem tentando consolidar em articulação com líderes de
outros países com os quais julga
ter afinidades.
A conferência de Florença usa a
expressão inglesa "progressive
governance", ou "forma progressista de governar". Os italianos
adotaram "reformismo".
Assessores de FHC envolvidos
com o debate estão optando por
"nova social-democracia" ou "social-democracia renovada".
Ninguém espera deliberações
dramáticas desta cúpula, como,
por exemplo, a criação de uma
entidade que se contraponha à Internacional Socialista.
A presença de Guterres, decidida esta semana, tem o propósito
de distanciar a "Terceira Via" de
eventual contestação à Internacional Socialista (à qual os partidos dos governantes presentes,
menos o Democrata de Clinton e
o PSDB de FHC, pertencem).
Um livro deverá ser publicado
com os documentos trazidos pelos participantes e com uma súmula dos debates de hoje.
Florença, que o escritor português Miguel Torga chamou de
"flor das cidades", está tomada
por 3 mil policiais italianos, vinte
carros blindados e 500 policiais
norte-americanos por causa da
presença dos chefes de governo.
O encontro, com custo estimado em US$ 1 milhão, é patrocinado pela Universidade de Nova
York e pelo Instituto Universitário Europeu. Cerca de mil jornalistas vierem para cobri-lo.
Cada chefe de governo ganhará
uma gravata especialmente concebida para eles pelo estilista Stefano Ricci. As quatro primeiras-damas presentes (Ruth Cardoso,
Hillary Clinton, Cherie Blair -
que está grávida- e Linda Giuva)
ganharão uma bolsa da grife Giulia Ligresti. Os participantes vão
comer refeições preparadas pelo
"chef" Gianfranco Vissani.
FHC viajou ontem de manhã de
Roma a Florença, num trem EuroStar, que cobriu os 250 quilômetros da distância em cerca de
90 minutos.
Chegou a Florença e foi para o
Palácio Pitti, onde almoçou com o
primeiro-ministro Massimo D'Alema. O palácio, do século 15, serviu de moradia para a família Medici a partir de 1550.
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