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INVESTIGAÇÃO
Empresário do grupo La Fonte também será ouvido sobre leilão
Procuradoria chama Arida e Dantas, do Opportunity
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
Os sócios do
Banco Opportunity Daniel Dantas e Persio Arida e o empresário Carlos Jereissati, do grupo La Fonte, foram convocados a depor no dia 30
de novembro no inquérito civil
público sobre a privatização do
sistema Telebrás aberto pela Procuradoria da República no Rio .
Ontem foram expedidas as convocações para os três. O inquérito
da Procuradoria da República no
Rio investiga se houve favorecimento de empresas do setor privado no processo de venda das teles.
O grupo La Fonte integra o consórcio Telemar, que venceu o Opportunity no leilão da Tele Norte
Leste. O ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações)
admitiu na quinta, no Senado, que
tinha "preferência pessoal" pelo
consórcio do Opportunity.
Os procuradores Rogério Nascimento, Daniel Sarmento e Flávio
Paixão abriram o inquérito porque
consideraram haver indícios de
improbidade administrativa por
autoridades federais. A improbidade administrativa é um ato ilícito com sanções desde multa até a
perda de direitos políticos.
Os procuradores não agem com
base nas conversas gravadas clandestinamente porque elas resultam de um ato ilícito -o grampo- e não servem como prova.
"Agimos com base nas declarações públicas de Mendonça de
Barros confirmando o teor das fitas", afirmou Sarmento. Na segunda, será enviada ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, uma solicitação para que ele
convoque o ministro a depor.
Também serão chamados para
prestar esclarecimentos André Lara Resende, presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José
Pio Borges, vice-presidente do
BNDES, e Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor do Banco do Brasil.
Os procuradores também solicitaram ao Banco do Brasil e ao
BNDES documentos referentes à
privatização da Tele Norte Leste e
da Tele Centro Sul (arrematada pelo consórcio do Opportunity).
O objetivo é checar especialmente os documentos referentes à concessão de financiamentos e cartas
de fiança aos consórcios que disputaram as duas empresas.
˛
Polícia Federal
A Polícia Federal buscará pistas
sobre o grampo na sede do
BNDES, no Rio, investigando técnicos de prestadoras de serviços da
Telerj e funcionários do banco que
em julho tiveram acesso aos gabinetes telefônicos do prédio.
Peritos do INC (Instituto Nacional de Criminalística), órgão da
PF, analisaram as duas fitas do
grampo, mas não conseguiram
concluir se a escuta foi instalada
dentro ou fora da central telefônica digitalizada da sede do BNDES.
Por enquanto, segundo nota da
PF, foi constatado que "o telefone,
objeto de escuta clandestina, estava, efetivamente, localizado no gabinete do presidente do BNDES.
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