São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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PMDB domina conversas em festa petista

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um de seus últimos compromissos públicos antes do Natal, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, participou ontem de uma festa com a militância histórica do PT, no Instituto Cidadania, do partido, em São Paulo.
A comemoração de final de ano, que também celebrou a eleição do petista, foi à base de churrasco, maionese, cerveja e uísque. Cerca de 400 pessoas estiveram no local, entre elas os futuros ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça).
Nas rodinhas de bate-papo, o assunto não foi outro senão as articulações com o PMDB. Os jornalistas foram convidados para o evento, sob a condição de não usarem gravadores nem blocos de anotação e de somente reproduzirem diálogos e entrevistas sem que as fontes fossem citadas.
Para os petistas, o PMDB não demonstrou unidade suficiente, o que teria inviabilizado um acordo ministerial. Um petista do primeiro escalão disse que o deputado Michel Temer (PMDB) não teve condições de "bancar" o apoio do partido a Lula no Congresso, o que teria impedido o acordo. "O problema é entre eles", afirmou.
Outro petista importante disse que o PMDB pediu cargos já assegurados aos partidos que apoiaram Lula na campanha e insinuou que a vaga em questão era a prometida a Ciro Gomes (PPS).
Questionado pela Folha, por telefone, o deputado federal Geddel Vieira de Lima, líder do PMDB na Câmara, disse que o PT quer "transformar em assassinato o que foi um suicídio político" e que seu partido tentará criar um bloco de oposição ao governo eleito.
Fora da festa, o presidente do PT, José Genoino, disse que as negociações com os peemedebistas não acabaram, mas que elas devem se restringir aos postos de presidente da Câmara e Senado.
Lula chegou ao local por volta das 19h30. Posou para fotos com os militantes, falou sobre futebol, comeu pão com carne, distribuiu autógrafos e contou piadas.
Um artista plástico o presenteou com um busto seu. "Me sinto em casa aqui", disse Lula. Em seguida, subiu até o segundo andar da casa, um sobrado, pediu cerveja e ficou reunido com os principais nomes do partido presentes.


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