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PMDB domina conversas em festa petista
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um de seus últimos compromissos públicos antes do Natal, o presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, participou ontem de
uma festa com a militância histórica do PT, no Instituto Cidadania, do partido, em São Paulo.
A comemoração de final de ano,
que também celebrou a eleição do
petista, foi à base de churrasco,
maionese, cerveja e uísque. Cerca
de 400 pessoas estiveram no local,
entre elas os futuros ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio
Thomaz Bastos (Justiça).
Nas rodinhas de bate-papo, o
assunto não foi outro senão as articulações com o PMDB. Os jornalistas foram convidados para o
evento, sob a condição de não
usarem gravadores nem blocos de
anotação e de somente reproduzirem diálogos e entrevistas sem
que as fontes fossem citadas.
Para os petistas, o PMDB não
demonstrou unidade suficiente, o
que teria inviabilizado um acordo
ministerial. Um petista do primeiro escalão disse que o deputado Michel Temer (PMDB) não teve condições de "bancar" o apoio
do partido a Lula no Congresso, o
que teria impedido o acordo. "O
problema é entre eles", afirmou.
Outro petista importante disse
que o PMDB pediu cargos já assegurados aos partidos que apoiaram Lula na campanha e insinuou
que a vaga em questão era a prometida a Ciro Gomes (PPS).
Questionado pela Folha, por telefone, o deputado federal Geddel
Vieira de Lima, líder do PMDB na
Câmara, disse que o PT quer
"transformar em assassinato o
que foi um suicídio político" e que
seu partido tentará criar um bloco
de oposição ao governo eleito.
Fora da festa, o presidente do
PT, José Genoino, disse que as negociações com os peemedebistas
não acabaram, mas que elas devem se restringir aos postos de
presidente da Câmara e Senado.
Lula chegou ao local por volta
das 19h30. Posou para fotos com
os militantes, falou sobre futebol,
comeu pão com carne, distribuiu
autógrafos e contou piadas.
Um artista plástico o presenteou com um busto seu. "Me sinto
em casa aqui", disse Lula. Em seguida, subiu até o segundo andar
da casa, um sobrado, pediu cerveja e ficou reunido com os principais nomes do partido presentes.
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