São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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PROTESTO SINDICAL

Presidente da Força Sindical chama reajuste concedido a congressistas de "excrescência"

Paulinho pede ação de Lula contra aumento

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PTB), referiu-se ao aumento salarial concedido a deputados e senadores como "excrescência" e pediu a interferência do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para que os valores sejam "pelo menos um pouco" reduzidos.
"Acho que isso é um complicador no começo de seu governo. Deputados e senadores aumentaram os seus salários em 54%, enquanto estipularam 4% para os funcionários públicos, e os trabalhadores privados tiveram no máximo 11% de aumento neste ano", declarou Paulinho.
"Isso toca fogo na massa", completou. "Se os deputados podem ter aumento, com certeza os trabalhadores também poderão estar reivindicando. E isso complica em um momento em que a inflação começa a subir."
Questionado sobre a elevação dos salários da próxima legislatura de R$ 8.280 para R$ 12,72 mil, Lula limitou-se a dizer que o Executivo não deve interferir em assuntos do Legislativo.
Mantidos os valores, Paulinho promete intermediar pedidos de aumentos para os trabalhadores e ameaça convocar greve se não for atendido. João Felício, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) reprovou o aumento, mas considerou a hipótese de greve "demagógica".
crítica de Paulinho foi feita quando Lula convidou dirigentes das centrais sindicais presentes ao anúncio dos ministros a se manifestar sobre expectativas.
Além de Paulinho, que provocou risadas quando afirmou ter conhecido o futuro ministro do trabalho, Jaques Wagner, no banheiro, discursaram ainda João Felício e os presidentes da CGT (Central Geral dos Trabalhadores), Antônio Carlos dos Reis, da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto, e um representante da CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores), David Torres.
"Sou do tempo em que os ministros não recebiam a gente [sindicalistas]. Quero mudar isso", disse Lula. (JD,PF,PZ)


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