São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSIÇÃO

Dilma Rousseff, que ocupará as Minas e Energia, estuda formas para desatrelar aumentos das variações cambiais

Ministra quer mudar reajuste da gasolina

DA REPORTAGEM LOCAL

A futura ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou ontem que pretende analisar outras formas de reajuste do preço da gasolina, que hoje acompanha as variações cambiais.
"O preço hoje no mercado interno sofre impacto internacional. Estamos analisando isso", disse a futura ministra. Dilma ressaltou, no entanto, que não há certeza de que outro modelo será adotado. Um dos processos em estudo, segundo Dilma, contempla a utilização da Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico).
Secretária de Minas, Energia e Comunicações do governo petista de Olívio Dutra (RS), Dilma é uma das principais técnicas do partido e a segunda mulher a ser anunciada como ministra -a primeira foi a senadora pelo Acre, Marina Silva (PT), que ocupará a pasta do Meio Ambiente.
A futura ministra disse também ser contra a privatização, ainda na área de energia, de estatais que sejam federais. "[A privatização] não está na nossa pauta", disse.
Integrante da equipe de transição para a área de infra-estrutura, Dilma afirmou que as análises sobre a atual situação dos reservatórios brasileiros mostram que a capacidade é igual à de 1999. Afirmou também que o problema no Brasil é mais de "distribuição desigual" de energia, uma vez que há excedente de em algumas regiões.
Economista, Dilma disse ainda que a situação do Nordeste, entre todas as outras, é a mais preocupante. Segundo ela, pode haver complicações de energia nessa região já nos primeiros meses do ano que vem. "Não é nada que levante muita preocupação, mas deve haver um acompanhamento", disse a futura ministra.
Ao ser indagada sobre o MAE (Mercado Atacadista de Energia), a futura ministra criticou o modelo atual. "A volatilidade do MAE não representa nem garante competitividade ao setor", disse.
Dilma defendeu a universalização dos serviços de energia elétrica e o aumento de investimentos no setor. A comentar a crise energética de 2001, afirmou que a energia não pode ser um empecilho ao desenvolvimento econômico, mas sim um meio para o crescimento do país. "Ela é crucial para a implementação de programas sociais, como o Fome Zero." (JULIA DUAILIBI E PATRICIA ZORZAN)


Texto Anterior: Saúde: Costa já cuidou da pasta em Recife
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.