|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ciro vira "curinga" do
presidente para 2006
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, 48, filiado neste
ano ao PSB, tem aparecido nas listas de possíveis preferidos do Planalto para ocupar lugar de destaque nas eleições de 2006: como
candidato a presidente ou vice. "É
só para me queimar", repete ele
sobre os rumores.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem estimulado o
comentário. Lula já insinuou a
cerca de uma dezena de políticos,
segundo a Folha apurou, que Ciro
poderia substituí-lo na disputa.
Ontem, em Macapá, o presidente disse que todos os ministros do
seu governo têm potencial para
ser candidatos no ano que vem.
"O que eu disse a eles é que, no
governo, todos que estavam na
mesa [da reunião de confraternização na Granja do Torto] podem
ser candidatos", disse.
Convém a Lula disseminar a
idéia de que poderá desistir. Mas
ninguém dentro do governo acredita que queira abrir mão.
Já no PSB, há quem acredite que
seja sincera a hesitação de Lula.
Para o tesoureiro do partido,
Márcio França, Ciro poderá despontar como candidato em caso
de desistência: o Planalto patrocinaria diferentes candidaturas, incluindo uma petista, para se lançar naquela que oferecer maior
viabilidade. "Nem o Berzoini garante com segurança que Lula será candidato", disse França, numa
referência à reunião do presidente
do PT, Ricardo Berzoini, com PSB
e PC do B, na semana passada.
Segundo França, para quem o
"compromisso do PSB com o governo é de um mandato", Ciro
tem dito que está à disposição do
partido, mas dificilmente aceitaria enfrentar Lula. "Não vamos
impor uma candidatura a ele."
Enquanto não há decisão, Ciro
ganha evidência como porta-voz
do governo no embate com o
PSDB. "Lutarei com muita força
para que nosso sofrido país não
volte às mãos dos entreguistas.
Mas, se depender de minha vontade, é crescente minha inclinação a não ser mais candidato a nada." Já filiado ao PSDB e PPS, ele
foi candidato a presidente duas
vezes, em 1998 e 2002. Em outubro de 2002, anunciou apoio a Lula no segundo turno, antes mesmo de seu partido à época, o PPS.
O gesto de Ciro acabou o aproximando de Lula. Hoje, é rara a
semana sem pelo menos três visitas do ministro ao Planalto. O petista se encantou com a objetividade do seu ex-adversário e o escolheu para ser um dos porta-vozes do encontro ministerial.
Agrada também a Lula a forma
como Ciro enfrenta os embates. O
caso da transposição do rio São
Francisco, projeto comandado
pelo Ministério da Integração Nacional, é considerado exemplo de
boa gestão dentro do seu governo.
A dificuldade está na composição ideal pensada por Lula. O presidente acredita que o melhor é
ter um candidato a vice de Minas
Gerais ou do Sul do país. Ciro nasceu no interior de São Paulo, mas
fez sua carreira política no Ceará.
Colaborou CATIA SEABRA, da
Reportagem Local
Texto Anterior: PT fará apelo a Lula para que se declare candidato Próximo Texto: Escândalo do mensalão/Palocci na mira: Palocci responsabiliza PT por carona em avião em 2003 Índice
|