São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aldo, agora, diz que errou sobre aumento de 91%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Dois dias depois de ter mantido a defesa da decisão de aumentar em 91% os salários dos congressistas, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), reconheceu ontem que errou. "Eu não vejo problema nenhum em reconhecer erros. O problema é quando se erra e se persiste no erro. Se as Mesas da Câmara e do Senado apresentaram uma proposta que tem de ser corrigida, eu não vejo problema que haja correção."
A frase do presidente da Câmara foi pronunciada no final da manhã, quando já ficava claro no Congresso que a proposta aprovada na semana passada, pela cúpula das duas Casas, de elevar os vencimentos a R$ 24,5 mil, não teria seguimento. "Eu vejo problema quando as pessoas não aprendem com os erros, principalmente quem têm a incumbência de representar o povo", afirmou o comunista.
A avaliação de que houve, no mínimo, um erro de estratégia, também foi sinalizada na reunião de líderes partidários da Câmara, no início da tarde. Segundo relato de deputados presentes, Aldo abriu os debates dizendo que o arcebispo de Brasília, dom João Braz de Aviz, havia acabado de fazer uma "admoestação" pública. Aldo teria então ressaltado que a Câmara é uma Casa sensível à sociedade, indicando que haveria um recuo.

Defesa
A deputada federal eleita Manuela D'Ávila (PC do B), 25, a mais votada do Rio Grande do Sul, defendeu ontem a atuação de Aldo Rebelo, seu correligionário. De acordo com Manuela, Aldo está sendo vítima de ""linchamento" por causa da discussão do aumento salarial.
""Acho que houve um linchamento descabido sobre Aldo. Foi ele o responsabilizado", disse ela, que considera "muito dinheiro" um possível salário de R$ 24,5 mil.
De acordo com Manuela, Aldo acatou uma decisão que foi tomada pela Mesa da Câmara e pelas lideranças dos partidos, não tendo o que fazer.
A deputada eleita elogia seu companheiro de partido dizendo que ele tomou algumas ""medidas moralizantes", como cortar mais de mil cargos na Câmara.


Texto Anterior: Parlamentares ameaçam retaliar Judiciário
Próximo Texto: Presidente do Senado "empurra" para a Câmara a tarefa de definir aumento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.