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Parlamentares ameaçam retaliar Judiciário
Deputados e senadores ameaçam boicotar projeto de lei que eleva salário dos ministros do Supremo para R$ 25.725
"Defendo que congelemos o salário do Judiciário até que o do Legislativo o alcance", diz Mercadante; Renan procura esfriar os ânimos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais uma vez expostos pela
discussão do aumento de seus
salários, deputados e senadores
resolveram questionar as remunerações pagas aos integrantes do Judiciário, que seriam maiores do que as concedidas ao Legislativo.
O clima de revanchismo permeou a sessão da Câmara na
noite de ontem, quando foi discutido o aumento salarial dos
parlamentares.
A reação ao STF (Supremo
Tribunal Federal) se deu devido à decisão do tribunal de suspender o aumento do salário
dos parlamentares na semana
passada para R$ 24,5 mil.
"Não acredito que um ministro do Supremo tenha mais responsabilidade do que nós", afirmou o líder do PL, deputado
Luciano Castro (RR). "Ou colocamos cada Poder no seu lugar
ou este Poder [Legislativo] vai
acabar", disse o líder do PFL,
Rodrigo Maia (RJ).
No curto prazo, deputados e
senadores ameaçam não votar
o projeto de lei que está na Câmara elevando o salário dos ministros do Supremo de
R$ 24,5 mil para R$ 25.725, o
que na prática congelaria as remunerações dos magistrados.
O senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) apresentou ontem uma proposta de
emenda constitucional fixando
o salário dos parlamentares como o teto do funcionalismo, o
que acarretaria uma redução
do salário dos ministros
do Supremo.
A proposta recebeu o apoio
da líder do PT na Casa, senadora Ideli Salvatti (SC). "Já que
somos o parâmetro de avaliação da população, que sejamos
o padrão salarial também",
afirmou a senadora.
Já o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defende que a
remuneração dos ministros do
STF fique congelada até que a
dos parlamentares atinja o
mesmo valor. "Se não tivermos
uma política, o princípio constitucional da isonomia entre os
Poderes nunca vai acontecer de
fato. Defendo que congelemos
o salário do Judiciário até que o
do Legislativo o alcance", disse
Mercadante.
A cúpula do Congresso havia
decidido equiparar seus salários, por meio de ato administrativo das Mesas da Câmara e
do Senado, ao dos ministros do
STF, que corresponde ao teto
do funcionalismo público federal. O tribunal, no entanto, determinou que a medida fosse
votada nos plenários das duas
Casas, o que dificultou sua implementação.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
tentou esfriar os ânimos: "Precisamos ter bom senso, equilíbrio e ponderação".
A interlocutores Aldo sinalizou que não vê sentido em retaliações.
(FK e LS)
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