São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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Para entidades, pressão causou constrangimento

DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA

Enquanto líderes da Câmara tentavam ontem chegar a um acordo sobre o reajuste salarial de deputados e senadores, entidades e representantes da sociedade civil comemoravam o constrangimento criado no Congresso e o recuo do reajuste salarial de 91% após uma semana marcada por manifestações.
Para Artur Henrique, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), um eventual reajuste de acordo com a inflação seria justo. "O recuo, se confirmado, será uma vitória da pressão popular."
Em nota, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que "um reajuste salarial, repondo a inflação, deve ser concedido".
A UNE (União Nacional dos Estudantes) salientou que "medidas impopulares se tornaram difíceis de serem aceitas pela população", segundo a diretora de comunicação da entidade, Daniele Costa.
Na avaliação do economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas, a correção pela inflação, se confirmada, "parece uma decisão justa".
Segundo ele, a pressão assustou os parlamentares. "A sociedade deve agora acompanhar os aumentos do Judiciário e demonstrar a mesma indignação que teve com o Legislativo."
Em Mato Grosso, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) do Estado orientou seus padres a criticar, durante as celebrações, o cogitado reajuste de 91%. O posicionamento ocorre em consonância com a nota expedida pela entidade no final da semana passada. Nela, foi dito que a medida faria crescer o "fosso entre os legisladores e o povo".
Segundo a assessoria da CNBB em Brasília, não há uma orientação nacional para que o assunto seja comentado nas missas. Para Jair Fante, secretário da entidade em Mato Grosso, o aumento afronta os valores cristãos. Ele acredita que a discussão nas missas possa levar a uma mobilização.
(MATHEUS PICHONELLI E JOÃO CARLOS MAGALHÃES)

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