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Para entidades, pressão causou constrangimento
DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA
Enquanto líderes da Câmara
tentavam ontem chegar a um
acordo sobre o reajuste salarial
de deputados e senadores, entidades e representantes da sociedade civil comemoravam o
constrangimento criado no
Congresso e o recuo do reajuste
salarial de 91% após uma semana marcada por manifestações.
Para Artur Henrique, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores),
um eventual reajuste de acordo
com a inflação seria justo. "O
recuo, se confirmado, será uma
vitória da pressão popular."
Em nota, o presidente da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) de São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que
"um reajuste salarial, repondo
a inflação, deve ser concedido".
A UNE (União Nacional dos
Estudantes) salientou que
"medidas impopulares se tornaram difíceis de serem aceitas
pela população", segundo a diretora de comunicação da entidade, Daniele Costa.
Na avaliação do economista
Gil Castelo Branco, da ONG
Contas Abertas, a correção pela
inflação, se confirmada, "parece uma decisão justa".
Segundo ele, a pressão assustou os parlamentares. "A sociedade deve agora acompanhar
os aumentos do Judiciário e demonstrar a mesma indignação
que teve com o Legislativo."
Em Mato Grosso, a CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) do Estado orientou seus padres a criticar, durante as celebrações, o cogitado
reajuste de 91%. O posicionamento ocorre em consonância
com a nota expedida pela entidade no final da semana passada. Nela, foi dito que a medida
faria crescer o "fosso entre os
legisladores e o povo".
Segundo a assessoria da
CNBB em Brasília, não há uma
orientação nacional para que o
assunto seja comentado nas
missas. Para Jair Fante, secretário da entidade em Mato
Grosso, o aumento afronta os
valores cristãos. Ele acredita
que a discussão nas missas possa levar a uma mobilização.
(MATHEUS PICHONELLI E JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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