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Esporte e cultura vão disputar incentivo
Câmara aprova norma de renúncia fiscal para o esporte com base no plano original, que não evita concorrência com a Lei Rouanet
Projeto vai agora à sanção presidencial e deve provocar retomada de debates entre atletas e artistas, depois de intenso lobby no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou na noite de ontem, por
votação simbólica, o texto original da Lei de Incentivo ao Esporte, que permitirá a empresas deduzirem até 4% do Imposto de Renda para patrocínio
ou doação a projetos esportivos
e paraesportivos.
O projeto segue agora para
sanção presidencial.
Os deputados rejeitaram as
emendas que haviam sido
aprovadas pelo Senado.
O objetivo dos senadores era
evitar a concorrência com a Lei
Rouanet, que prevê incentivos
para projetos de cultura.
Agora, tanto artistas como
atletas vão disputar os recursos
de empresas que queiram investimentos para pagar menos
imposto.
Lobby
A Lei de Incentivo ao Esporte
foi envolvida por lobby de representantes da classe artística
e de atletas.
Os ministérios da Cultura e
do Esporte chegaram a um
acordo quanto aos mecanismos
de renúncia fiscal para incentivar as duas áreas, de modo que
elas não concorressem entre si.
Isso foi derrubado ontem pela Câmara.
Os representantes da classe
artística faziam pressão contra
a chamada Lei do Esporte, que
na proposta original permite às
empresas deduzir do Imposto
de Renda até 4% para que sejam investidos também em
projetos esportivos, não somente em cultura.
Conseguir uma lei de incentivo fiscal para o esporte é uma
bandeira antiga dos esportistas, capitaneados, nessa questão, pelo presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
Foi durante a gestão de Nuzman, também, que o governo
Fernando Henrique Cardoso
aprovou a Lei Piva, que destina
ao setor um percentual da arrecadação das loterias.
A decisão representou o
maior aporte já feito para as
chamadas "modalidades olímpicas", um termo -impróprio- para definir todos os esportes que não o futebol, cuja
confederação, a CBF, não depende de dinheiro público.
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