|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Assembléia aprova pensão para Zeca do PT
Governador de Mato Grosso do Sul, que deixará o cargo após oito anos, receberá benefício vitalício e mensal de R$ 22,1 mil
Emenda à Constituição do Estado foi um pedido do petista a deputados; OAB local estuda entrar com ação no STF contra a decisão
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Assembléia Legislativa de
Mato Grosso do Sul aprovou
ontem, em votação secreta por
18 votos a 6, o pagamento de
pensão mensal e vitalícia para
ex-governadores do Estado. A
medida atendeu pedido do governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT.
Ele deixará o cargo em janeiro, após oito anos no poder, e ficará sem mandato eletivo. Mas,
pela decisão da Assembléia,
continuará recebendo R$ 22,1
mil por mês, seu atual salário.
Em abril, quando decidiu que
não seria candidato a senador,
Zeca disse à Folha, por meio de
sua assessoria, que tinha pedido a deputados aliados a apresentação do projeto.
A emenda
à Constituição estadual fora
apresentada em março.
Procurada pela reportagem
ontem, a assessoria do governador informou que ele só falará hoje sobre o tema. Autor da
emenda, o deputado Ary Rigo
(PDT) disse na época que a
pensão não é inovação, pois já
estava prevista na Constituição
estadual de 1979. Em 1989, o
benefício foi extinto pela nova
Constituição do Estado.
As famílias dos ex-governadores já mortos Harry Amorim
Costa e Ramez Tebet têm direito à pensão. Wilson Barbosa
Martins, Marcelo Miranda e
Pedro Pedrossian -ex-governadores vivos- também recebem o benefício.
Zeca seria o primeiro a deixar o cargo sem uma pensão.
Isso porque depois de 1989 assumiram o cargo dois ex-governadores (Martins e Pedrossian) que já tinham o direito.
"Acho que é uma questão de
Justiça restabelecer [a pensão]
ou, então, acabar para todo
mundo", disse Zeca em abril.
"É melhor o Estado proteger
o ex-governador do que ele
precisar fazer o seu pé-de-meia", afirmou ontem o deputado Semy Ferraz (PT). Foi
Ferraz quem pediu para a votação ser secreta. "Senti que alguns deputados poderiam ficar
constrangidos", afirmou.
O presidente da OAB-MS,
Geraldo Escobar Pinheiro, informou que vai pedir ao Conselho Federal da entidade que
entre com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo
contra a emenda.
Colaborou THIAGO REIS, da Agência Folha
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Saiba mais: Benefício vale no Acre desde 2001 Índice
|