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Serra defende aliança com o DEM em SP
Após divulgação de pesquisa que mostra leve vantagem de Marta, governador diz que aliança "é absolutamente necessária"
Kassab reafirma disposição de concorrer à reeleição e diz que ainda "não há nenhum entendimento" para manter coligação com os tucanos
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Num momento em que o bloco DEM-PSDB corre risco de
dissolução, o governador de
São Paulo, José Serra, defendeu
ontem a manutenção da aliança entre os dois partidos como
"absolutamente necessária".
Ao responder se a pesquisa
do instituto Ibope reforça a necessidade da aliança, afirmou:
"Aliança, a meu ver, é necessária. É absolutamente necessária. Conveniente, digamos".
Segundo pesquisa Ibope divulgada anteontem pela TV
Globo, a ministra Marta Suplicy (PT) tem leve vantagem
sobre o ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Os dois estão
tecnicamente empatados.
Serra disse ainda apostar na
preservação da aliança PSDB-DEM: "Vai se chegar a um bom
termo", afirmou o governador.
Pouco antes, porém, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), reafirmou o que
dissera na semana passada: que
considera legítima sua disposição de concorrer à reeleição.
"Acho muito natural que alguém que possa disputar a reeleição -existe hoje esse instituto da reeleição-queira, junto
com sua equipe, continuar a fazer um trabalho que é bem avaliado pela cidade, com diversas
ações, resultados muito positivos. Vejo com muita naturalidade a possibilidade de disputarmos a reeleição."
Kassab disse ainda que, embora a manutenção da aliança
seja natural, "não há nenhum
entendimento nesse sentido".
Os alckmistas, por sua vez,
duvidam que o ex-governador
de São Paulo desista de concorrer à prefeitura em troca da
promessa de disputar o Palácio
dos Bandeirantes nas próximas
eleições. Em 2010, avaliam que,
se reeleito, Kassab será potencial candidato ao governo.
A estagnação nas pesquisas
faz com que aliados estimulem
Alckmin a dar sinais de que
pretende concorrer à prefeitura. Sem cargo, Alckmin não tem
a mesma exposição de Kassab
-que ontem, ao lado de Serra,
inaugurou uma alça da avenida
Jacu-Pêssego.
A obra foi exaltada como produto da parceria governo-prefeitura. "É isso. Governo e prefeitura trabalhando juntos pela
zona leste de São Paulo", discursou Serra, que recorria à
primeira pessoa do plural ao se
referir às duas administrações.
"Se der certo, o mérito é do
Kassab e meu. Se der errado, é
do Mauro Arce e do Marcelo
Branco", brincou. Minutos antes, Kassab descreveu o momento de inaugurações de
obras como "mágico". E concluiu: "Parabéns, governador
José Serra, às nossas equipes".
Na inauguração, Serra fez
questão de lembrar que a obra,
iniciada na gestão de Jânio
Quadros (1986-1988), passou
por várias administrações, inclusive a de Marta Suplicy
(2000-2004), mas que só deverá ser concluída agora.
Sob constante pressão, Serra
tomou o cuidado de registrar
que, a seu pedido, em 2006,
Alckmin autorizou a aplicação
de recursos do Estado na obra.
Antes da escolha dos candidatos à Prefeitura de São Paulo,
Serra terá de administrar outro
problema: a disputa pela liderança do PSDB na Câmara de
Deputados.
Apoiado por deputados da
ala alckmista, José Aníbal (SP)
já se lançou à vaga. O deputado
Arnaldo Madeira (SP), no entanto, também já anunciou a
disposição de concorrer.
Ele teria o apoio do chefe da
Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e do deputado Jutahy
Magalhães, ambos ligados a
Serra. Em conversas, Alckmin
se mostrou contrariado com a
estratégia. A idéia seria buscar
um outro nome até fevereiro.
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