São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Serra defende aliança com o DEM em SP

Após divulgação de pesquisa que mostra leve vantagem de Marta, governador diz que aliança "é absolutamente necessária"

Kassab reafirma disposição de concorrer à reeleição e diz que ainda "não há nenhum entendimento" para manter coligação com os tucanos

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Num momento em que o bloco DEM-PSDB corre risco de dissolução, o governador de São Paulo, José Serra, defendeu ontem a manutenção da aliança entre os dois partidos como "absolutamente necessária".
Ao responder se a pesquisa do instituto Ibope reforça a necessidade da aliança, afirmou: "Aliança, a meu ver, é necessária. É absolutamente necessária. Conveniente, digamos".
Segundo pesquisa Ibope divulgada anteontem pela TV Globo, a ministra Marta Suplicy (PT) tem leve vantagem sobre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois estão tecnicamente empatados.
Serra disse ainda apostar na preservação da aliança PSDB-DEM: "Vai se chegar a um bom termo", afirmou o governador.
Pouco antes, porém, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), reafirmou o que dissera na semana passada: que considera legítima sua disposição de concorrer à reeleição.
"Acho muito natural que alguém que possa disputar a reeleição -existe hoje esse instituto da reeleição-queira, junto com sua equipe, continuar a fazer um trabalho que é bem avaliado pela cidade, com diversas ações, resultados muito positivos. Vejo com muita naturalidade a possibilidade de disputarmos a reeleição."
Kassab disse ainda que, embora a manutenção da aliança seja natural, "não há nenhum entendimento nesse sentido".
Os alckmistas, por sua vez, duvidam que o ex-governador de São Paulo desista de concorrer à prefeitura em troca da promessa de disputar o Palácio dos Bandeirantes nas próximas eleições. Em 2010, avaliam que, se reeleito, Kassab será potencial candidato ao governo.
A estagnação nas pesquisas faz com que aliados estimulem Alckmin a dar sinais de que pretende concorrer à prefeitura. Sem cargo, Alckmin não tem a mesma exposição de Kassab -que ontem, ao lado de Serra, inaugurou uma alça da avenida Jacu-Pêssego.
A obra foi exaltada como produto da parceria governo-prefeitura. "É isso. Governo e prefeitura trabalhando juntos pela zona leste de São Paulo", discursou Serra, que recorria à primeira pessoa do plural ao se referir às duas administrações.
"Se der certo, o mérito é do Kassab e meu. Se der errado, é do Mauro Arce e do Marcelo Branco", brincou. Minutos antes, Kassab descreveu o momento de inaugurações de obras como "mágico". E concluiu: "Parabéns, governador José Serra, às nossas equipes".
Na inauguração, Serra fez questão de lembrar que a obra, iniciada na gestão de Jânio Quadros (1986-1988), passou por várias administrações, inclusive a de Marta Suplicy (2000-2004), mas que só deverá ser concluída agora.
Sob constante pressão, Serra tomou o cuidado de registrar que, a seu pedido, em 2006, Alckmin autorizou a aplicação de recursos do Estado na obra.
Antes da escolha dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, Serra terá de administrar outro problema: a disputa pela liderança do PSDB na Câmara de Deputados.
Apoiado por deputados da ala alckmista, José Aníbal (SP) já se lançou à vaga. O deputado Arnaldo Madeira (SP), no entanto, também já anunciou a disposição de concorrer.
Ele teria o apoio do chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e do deputado Jutahy Magalhães, ambos ligados a Serra. Em conversas, Alckmin se mostrou contrariado com a estratégia. A idéia seria buscar um outro nome até fevereiro.


Texto Anterior: Valerioduto tucano pode envolver mais 20 pessoas
Próximo Texto: Humor: Ao ouvir crítica a Lula, Serra brinca com o Corinthians
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.