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Procuradoria denuncia réu do mensalão
Empresário foi preso ao tentar entrar no país com € 361,4 mil escondidos em pasta, nas meias e na cueca
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
O Ministério Público Federal
ofereceu denúncia à 5ª Vara
Federal de Guarulhos contra o
empresário Enivaldo Quadrado, pelo crime de falsidade
ideológica. Réu no processo
que tramita no STF (Supremo
Tribunal Federal) para investigar o esquema do mensalão,
Quadrado foi preso pela Polícia
Federal há duas semanas no aeroporto de Guarulhos, ao desembarcar de um vôo proveniente de Portugal com
€ 361,4
mil -equivalente a R$ 1,157
milhão no câmbio da última
sexta-feira- escondidos nas
meias, na cueca e numa pasta.
Ao preencher o formulário
entregue pela Receita Federal
aos passageiros, Quadrado não
declarou que portava valor acima de R$ 10 mil, como exige a
lei. A pena por falsidade ideológica varia de um ano a cinco
anos de reclusão. Procurado, o
advogado de Quadrado, Antonio Sergio de Moraes Pitombo,
disse, por meio de um assessor,
que preferia não se pronunciar.
O procurador da República
Vicente Mandetta também requereu ao juiz a remessa de cópia do inquérito policial para
que seja apurada a origem do
dinheiro apreendido com o
empresário. Há uma semana, o
juiz federal João Miguel Coelho dos Anjos, da 5ª Vara, decidiu manter Quadrado preso
provisoriamente. No pedido de
liberdade provisória, o empresário alegou ter bons antecedentes, que não ofereceria risco à ordem pública, à instrução
criminal e à aplicação da lei penal. Sobre o fato de figurar como réu na ação do STF sobre o
mensalão, o empresário alegou
presunção de inocência, pois
ainda não foi sentenciado.
Para o juiz, os argumentos
não foram suficientes. Segundo
Coelho dos Anjos, há indícios
suficientes do fato criminoso e
da autoria do crime pelo qual o
empresário é suspeito. A decisão da Justiça segue manifestação do Ministério Público, que
também se pôs contra a liberdade provisória a Quadrado.
"Através dos fatos ora apurados, verifica-se que o agente
não deixou de praticar crimes;
pelo contrário, fez do crime um
meio de vida, sendo a prisão
necessária para manter a ordem pública e para evitar que
Quadrado pratique novos crimes", disse o procurador da
República Steven Shuniti
Zwicker, autor da manifestação da Procuradoria.
Segundo o procurador, o modo de agir de Quadrado mostra
total desconsideração pelas autoridades brasileiras.
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