São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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PAINEL

Anemia parlamentar
A bancada do PT na Câmara ficou descontente com a indicação de Patrus Ananias (MG) para o Ministério do Desenvolvimento Social. Deputados argumentam que ele se poupou e não defendeu o governo em temas como as reformas.

Veto que fortalece
No Planalto, o fato de não ter sido da tropa de choque do governo é mais um motivo para a escolha de Patrus. Teria maior trânsito com setores que foram contra as reformas e podem ajudar na área social, como a Igreja Católica, ONGs e sindicatos.

Luz verde
José Sarney acertou com o Planalto que irá indicar o superintendente da Receita Federal em SP. O cargo era da "cota pessoal" do senador até o governo FHC, quando foi para o PL e o PFL.

Sobe e desce
Líder tucano na gestão FHC, Romero Jucá, hoje senador pelo PMDB e aliado de Lula, voltou a ser cotado no Planalto para assumir uma das vagas do partido na reforma ministerial.

Cargo de confiança
Lula confidenciou que o único senador do PMDB a quem confiaria entregar os Transportes ou a Integração Nacional é Pedro Simon (RS). Se o partido não aceitar, leva a Previdência.

Blindagem de escândalo
Na avaliação de Lula, a Previdência é um ministério técnico. Mas peemedebistas o chamam de "armadilha", em razão da cobrança de contribuição dos inativos e de investigações de irregularidades em órgãos técnicos.

Galhofa carioca
Piada que corre nos gabinetes do Palácio Guanabara, entre assessores de Garotinho (PMDB): "Ao sugerir a distribuição de pílulas anticoncepcionais e camisinhas, o prefeito Cesar Maia (PFL) agia para evitar o nascimento de novos Garotinhos".

Memória curta
Roberto Requião nomeou Marcos Batista para a TV Educativa do Paraná. Ex-diretor de jornalismo da afiliada da Globo, já foi acusado pelo governador de receber "capilé grossinho" de suposto "esquema de corrupção" da campanha de Lerner.

Sem cobertura
Requião se queixava de que a Globo não cobria as investigações sobre irregularidades em Londrina, que terminaram com a cassação do prefeito da cidade, Antônio Belinati, ex-aliado de Lerner, então governador.

Coisas do passado
Marcos Batista foi dispensado da Globo em abril de 2000, mês em que sofreu o ataque de Requião. O governador se recusa a comentar o que seria só "a nomeação de mais um funcionário". Batista nega as acusações e diz que "são coisas do passado".

Geneticamente modificado
O projeto de biossegurança apresentado por Aldo Rebelo (PC do B) foi fortemente bombardeado por ministros de Lula. Dizendo estar "surpresos" com as modificações propostas, criticaram principalmente as regras sugeridas para pesquisa.

Demagogia aliada
João Paulo Cunha, presidente da Câmara, atacou os deputados que devolveram o salário extra da convocação extraordinária. Antes, não criticaram a medida por medo do Planalto. Agora, estariam sendo demagógicos.

Pesos e medidas
Réus na mesma ação, mas com tratamento diferente. Norma Cunha, ex de Rocha Mattos, foi levada ao tribunal pela PF na caçamba gradeada do camburão. Já o delegado da PF José Bellini, sentado no banco de trás, vidros abertos e cigarro na mão.

Dada a largada
Com a presença de Roberto Freire, o deputado estadual Arnaldo Jardim lança na semana que vem sua candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PPS.

TIROTEIO

De Darcísio Perondi (PMDB-RS), sobre a reforma agrária:
-O governo Lula não usou em 2003 a maior parte do dinheiro que dispunha para o combate à violência rural. Se nada for feito neste ano, veremos uma guerra no campo.

CONTRAPONTO

Improvisos e imprevistos

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu-se com ex-ministros de seu governo e dirigentes do PSDB em Brasília, em um almoço na casa de José Lucena Dantas, que foi seu chefe-de-gabinete.
O encontro ocorreu horas antes de cerimônia no Itamaraty, na qual Fernando Henrique e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam o Prêmio Notre Dame 2003 pela atuação de ambos na transição de governo.
Após o almoço, FHC se isolou por alguns momentos para finalizar o discurso que havia preparado. Quando voltou à sala, tinha o texto em suas mãos.
-O senhor preparou um discurso escrito? Se até o Lula fala de improviso, o senhor também pode- zombou Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado.
FHC emendou rápido:
-Mas eu me cuido. Como ex-presidente, tenho de ter cuidado com o que falo.


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