São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2005

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Virgílio compara promessa de Greenhalgh a plataforma do PP

VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) rebateu ontem as críticas que tem recebido de membros do seu partido por ter se lançado candidato avulso à presidência da Câmara e comparou a plataforma de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que inclui promessa de aumento de salários, à proposta do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). "Essa é uma plataforma histórica do Severino", disse.
"Este cargo [presidência] é da República, não é do PT. O PT é que tem obrigações para com o cargo, não o contrário", disse, em entrevista à Folha num escritório em Brasília que vem sendo usado por ele como comitê provisório.
Virgílio insiste que não contrariou nenhuma resolução partidária ao decidir candidatar-se e não quer ser tratado como dissidente. "Sou petista, sempre segui as determinações do partido e minha candidatura é a melhor para o PT e para o governo."
Ele diz que não está preocupado com as ameaças de punição feitas de forma ainda extra-oficial por membros do PT. Também evita comentar a possibilidade de o governo ameaçar deputados da base de perda de cargos caso o apóiem. "Não ouvi isso de ninguém da candidatura do [Luiz Eduardo] Greenhalgh", disse.
O petista realiza hoje, em Belo Horizonte (MG), uma plenária de apoio à sua candidatura. Diz que só há duas formas de deixar de disputar a presidência da Câmara em 14 de fevereiro: "A mais fácil é o Altíssimo me chamar antes. A mais difícil é a plenária de Minas não endossar a candidatura".
Ele voltou a defender o "novo clero", denominação que cunhou para designar seus apoiadores, e aproveitou para alfinetar Greenhalgh. "O alto clero está em extinção. Quem é alto clero hoje? Até a conversão do Greenhalgh ao alto clero é recente", afirmou.

Desistência
Greenhalgh disse ontem, em Campo Grande (MS), que ele e o partido ainda acreditam na desistência de Virgílio. "Eu sempre digo: o bom filho à casa retornará. Acredito na evolução das pessoas", afirmou.
O petista estava acompanhado de Delúbio Soares, tesoureiro nacional do partido. Os gastos de campanha de Greenhalgh são pagos pelo PT, segundo Soares. Ele não quis informar, porém, o valor das despesas.


Colaborou HUDSON CORRÊA, da Agência Folha, em Campo Grande

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