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Virgílio compara promessa de Greenhalgh a plataforma do PP
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O deputado Virgílio Guimarães
(PT-MG) rebateu ontem as críticas que tem recebido de membros
do seu partido por ter se lançado
candidato avulso à presidência da
Câmara e comparou a plataforma
de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que inclui promessa de aumento de salários, à proposta do
deputado Severino Cavalcanti
(PP-PE). "Essa é uma plataforma
histórica do Severino", disse.
"Este cargo [presidência] é da
República, não é do PT. O PT é
que tem obrigações para com o
cargo, não o contrário", disse, em
entrevista à Folha num escritório
em Brasília que vem sendo usado
por ele como comitê provisório.
Virgílio insiste que não contrariou nenhuma resolução partidária ao decidir candidatar-se e não
quer ser tratado como dissidente.
"Sou petista, sempre segui as determinações do partido e minha
candidatura é a melhor para o PT
e para o governo."
Ele diz que não está preocupado
com as ameaças de punição feitas
de forma ainda extra-oficial por
membros do PT. Também evita
comentar a possibilidade de o governo ameaçar deputados da base
de perda de cargos caso o apóiem.
"Não ouvi isso de ninguém da
candidatura do [Luiz Eduardo]
Greenhalgh", disse.
O petista realiza hoje, em Belo
Horizonte (MG), uma plenária de
apoio à sua candidatura. Diz que
só há duas formas de deixar de
disputar a presidência da Câmara
em 14 de fevereiro: "A mais fácil é
o Altíssimo me chamar antes. A
mais difícil é a plenária de Minas
não endossar a candidatura".
Ele voltou a defender o "novo
clero", denominação que cunhou
para designar seus apoiadores, e
aproveitou para alfinetar Greenhalgh. "O alto clero está em extinção. Quem é alto clero hoje?
Até a conversão do Greenhalgh ao
alto clero é recente", afirmou.
Desistência
Greenhalgh disse ontem, em
Campo Grande (MS), que ele e o
partido ainda acreditam na desistência de Virgílio. "Eu sempre digo: o bom filho à casa retornará.
Acredito na evolução das pessoas", afirmou.
O petista estava acompanhado
de Delúbio Soares, tesoureiro nacional do partido. Os gastos de
campanha de Greenhalgh são pagos pelo PT, segundo Soares. Ele
não quis informar, porém, o valor
das despesas.
Colaborou HUDSON CORRÊA, da Agência Folha, em Campo Grande
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