São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Serra prestigia Kassab enquanto PSDB discute eleição

Governador nega ter debatido sucessão paulistana; tucanos promovem duas reuniões para articular candidatura própria na capital

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

Em um dia marcado por duas diferentes reuniões do PSDB, o governador paulista José Serra prestigiou ontem, a convite do prefeito paulistano Gilberto Kassab, o jantar de confraternização da cúpula do DEM.
Questionado se sua presença poderia provocar ciúmes no PSDB, Serra declarou: "Absolutamente. Toda vez que o DEM janta em São Paulo eu venho".
O governador negou ter conversado sobre a eleição municipal em São Paulo: "Não se tocou nenhuma palavra, nem remotamente, sobre prefeitura. Foi uma visita de cortesia. Estávamos trocando figurinhas sobre questões financeiras". Mas admitiu ter discutido a conjuntura nacional: "Estávamos falando. Eles falam. Sou sapo de fora, fiquei só um pouquinho."
O Serra entrou pelos fundos do hotel. Ficou 40 minutos e ficou sentado entre o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e o ex-presidente do partido Jorge Bornhausen. Kassab acompanhou o governador até a saída.
Antes da chegada de Serra, Kassab reagiu às declarações do ex-governador Geraldo Alckmin, para quem a cidade só teria a ganhar com uma candidatura do PSDB. Segundo ele, o discurso de Alckmin é igual ao discurso de todos os partidos: "Este é também o discurso do DEM, do PMDB, do Lula".
E prosseguiu: "Acredito que a prioridade é a aliança. A cidade ganha com a continuidade de um bom governo que, numa parceria perfeita com o governo do Estado, corresponde às expectativas". Ele reafirmou que considera natural sua candidatura à reeleição.

PSDB
Cerca de 200 filiados participaram ontem à noite da reunião do Diretório Municipal do PSDB. Dirigentes zonais distribuíram um panfleto pela candidatura própria a prefeito: "O povo vota em tucano. Quem vai contra o povo?", dizia trecho do material, que reproduzia artigos do estatuto tucano em prol da candidatura própria.
O presidente municipal do partido, José Henrique Reis Lobo, pediu "união" e "calma" ao partido. "Essa discussão é processo que está começando. Nós não podemos nos afobar. É um projeto político de oposição nacional que está em jogo."
Na próxima semana, os diretórios zonais do PSDB na capital devem desencadear manifestações pela candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito.
Também ontem à noite, nem um grupo restrito de sete deputados estaduais do partido, reunidos na casa de Bruno Covas, formaram consenso.
Alguns defendem publicamente a candidatura própria, como o anfitrião. Segundo Pedro Tobias, "partido que não lança candidato, morre". "Está bom demais o DEM pegar uma prefeitura por três anos."
Outros afirmam que, pensando em 2010, a aliança deve ser mantida. "É importante que as vaidades sejam postas de lado em prol de uma causa maior", disse João Caramez.


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