São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Lula volta a prometer que não aumentará mais impostos

No dia 2, governo anunciou o reajuste de dois tributos


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em seu programa semanal de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu ontem uma promessa feita ainda em 2007 e que acabou abandonada: a de que seu governo não aumentará impostos.
Contrariando o próprio discurso feito no fim do ano passado, no dia 2 de janeiro a equipe econômica anunciou aumento da alíquota de dois impostos para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF.
"Por isso que eu quero que o povo brasileiro saiba que é extremamente importante que o governo consiga arrecadar sem aumentar imposto. Nós não vamos aumentar imposto", afirmou Lula ontem, no "Café com o Presidente".
Lula atribuiu ao crescimento econômico a arrecadação superior a R$ 600 bilhões em 2007, além de uma maior eficiência da Receita Federal. Também disse que o volume de recursos foi conquistado sem aumento de impostos. "Essa é uma coisa extremamente importante, eu diria, muito importante: aumentar a arrecadação sem aumentar os impostos. E por que isso aconteceu? Pelo que respondi na pergunta anterior: pelo crescimento econômico."
Continuou: "Então as pessoas precisam entender que, além de nós desonerarmos quase R$ 36 bilhões em 2006 e 2007, nós ainda conseguimos arrecadar. Por quê? Porque a Receita está mais eficiente, porque as empresas ganharam mais dinheiro, porque geramos mais empregos, porque as pessoas pagaram mais previdência. É tudo que o Brasil precisa. É uma combinação. Cresce a empresa, cresce a receita. Cresce o número de empregos, cresce a receita".
Empolgado, o presidente disse que, no Brasil hoje, há uma "combinação perfeita". "É por isso que a gente está percebendo que o Brasil caminha mais rapidamente, porque nós estamos com a combinação perfeita. A economia cresce, o governo arrecada mais, o governo investe mais", disse o presidente.
Ele voltou a falar no lançamento de um programa de política industrial, mas deixou na condicional a existência de um processo de desoneração para alguns setores. A política industrial foi prometida no ano passado, mas, com o fim da CPMF, Lula decidiu segurá-la.
"Vamos lançar agora um programa de política industrial, possivelmente tenha um processo de desoneração. Nós não queremos aumentar imposto, mas vamos aumentar a eficiência da arrecadação. Tem muita gente que não paga imposto e ainda se queixa que o imposto é alto. Então, o que nós queremos é que todos paguem, porque, quando todos pagarem, aí todos podem pagar menos."


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