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Lula volta a prometer que não aumentará mais impostos
No dia 2, governo anunciou o reajuste de dois tributos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seu programa semanal
de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu ontem
uma promessa feita ainda em
2007 e que acabou abandonada: a de que seu governo não
aumentará impostos.
Contrariando o próprio discurso feito no fim do ano passado, no dia 2 de janeiro a equipe
econômica anunciou aumento
da alíquota de dois impostos
para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF.
"Por isso que eu quero que o
povo brasileiro saiba que é extremamente importante que o
governo consiga arrecadar sem
aumentar imposto. Nós não vamos aumentar imposto", afirmou Lula ontem, no "Café com
o Presidente".
Lula atribuiu ao crescimento
econômico a arrecadação superior a R$ 600 bilhões em 2007,
além de uma maior eficiência
da Receita Federal. Também
disse que o volume de recursos
foi conquistado sem aumento
de impostos. "Essa é uma coisa
extremamente importante, eu
diria, muito importante: aumentar a arrecadação sem aumentar os impostos. E por que
isso aconteceu? Pelo que respondi na pergunta anterior: pelo crescimento econômico."
Continuou: "Então as pessoas precisam entender que,
além de nós desonerarmos
quase R$ 36 bilhões em 2006 e
2007, nós ainda conseguimos
arrecadar. Por quê? Porque a
Receita está mais eficiente,
porque as empresas ganharam
mais dinheiro, porque geramos
mais empregos, porque as pessoas pagaram mais previdência. É tudo que o Brasil precisa.
É uma combinação. Cresce a
empresa, cresce a receita. Cresce o número de empregos, cresce a receita".
Empolgado, o presidente disse que, no Brasil hoje, há uma
"combinação perfeita". "É por
isso que a gente está percebendo que o Brasil caminha mais
rapidamente, porque nós estamos com a combinação perfeita. A economia cresce, o governo arrecada mais, o governo investe mais", disse o presidente.
Ele voltou a falar no lançamento de um programa de política industrial, mas deixou na
condicional a existência de um
processo de desoneração para
alguns setores. A política industrial foi prometida no ano
passado, mas, com o fim da
CPMF, Lula decidiu segurá-la.
"Vamos lançar agora um programa de política industrial,
possivelmente tenha um processo de desoneração. Nós não
queremos aumentar imposto,
mas vamos aumentar a eficiência da arrecadação. Tem muita
gente que não paga imposto e
ainda se queixa que o imposto é
alto. Então, o que nós queremos é que todos paguem, porque, quando todos pagarem, aí
todos podem pagar menos."
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