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outro lado
Sarney afirma que acusação é "insulto"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), informou
ontem, por meio de nota, que o
surgimento do nome dele na
Operação Castelo de Areia é
um "insulto" que tem a intenção de criar um escândalo.
"Essa é uma história infame,
sem pé nem cabeça, que considero um insulto enviado aos
jornais com a intenção de atingir minha honra e criar escândalo", afirmou o senador peemedebista por meio de nota.
A Folha enviou e-mail ao filho dele, Fernando Sarney,
mas não obteve retorno.
O advogado da construtora
Camargo Corrêa, Celso Vilardi,
afirmou ontem que não irá tecer comentários sobre documentos extraídos da Operação
Castelo de Areia, pois tudo está
suspenso por ordem judicial.
Na semana passada, numa
decisão liminar (provisória), o
presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro
Asfor Rocha, suspendeu a investigação e todos os processos
relacionados ao caso.
O ministro informou ver indícios de eventuais ilicitudes
na produção de provas, o que o
Ministério Público Federal e a
Polícia Federal negam com
veemência. A decisão final deverá ser tomada em fevereiro,
após o fim das férias forenses.
"Não vou me manifestar sobre provas que estão sub judice. Se o tribunal confirmar a
decisão liminar que suspendeu
toda a operação e seus desdobramentos, toda essa documentação será considerada ilegal, ilícita, sem nenhum valor",
afirmou Vilardi.
Para o advogado, a investigação começou a partir de uma
denúncia anônima, o que teria
sido suficiente para a Justiça
decretar a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos. "Segundo a jurisprudência dos tribunais, a quebra do sigilo não pode ocorrer por denúncia anônima, só pode ocorrer se muito
bem embasada, o que não
aconteceu nesse caso", disse.
A Procuradoria da República
informou que, além da denúncia anônima, houve pelo menos
uma delação premiada (quando o réu ajuda na investigação
em troca da redução da pena).
O ex-ministro Silas Rondeau
afirmou ontem que a citação do
nome dele no relatório da PF é
"mais uma mentira".
"Fico realmente muito triste
com isso. Não tenho nenhuma
relação com essa empresa,
nunca recebi qualquer valor. É
mais um absurdo dentre tantos
que foram ditos, não tem qualquer possibilidade de isso ser
verdade", afirmou.
Paulo Ferreira, tesoureiro do
PT até fevereiro, disse que o
partido só recebe doações legais. "Nós temos com as empresas relação institucional.
Nós tivemos doações da Camargo em 2008, por conta da
eleição. As doações estão registradas. O PT recebeu formalmente as doações", afirmou.
Questionado se conheceu
Pietro Bianchi, diretor da Camargo que guardava as anotações apreendidas, disse: "Nunca vi, nunca estive com ele, não
sei quem é".
A Folha telefonou ontem para o celular e o gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA), mas não conseguiu entrar
em contato com o parlamentar.
A assessoria de imprensa de
Astrogildo Quental, na Eletrobrás, informou que apenas o
advogado Roberto Dias poderia
se pronunciar sobre o caso. O
defensor, porém, não foi localizado ontem pela reportagem
no escritório nem pelo seu telefone celular.
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