São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Palocci desiste de SP e deve ir para a coordenação de Dilma

Ex-ministro atuará na campanha, mas Dutra fará a negociação das alianças

Decisão de não disputar o governo foi tomada após conversas com Lula e com a ministra; se Ciro ficar fora, aumenta chance de Marta


RENATA LO PRETE
EDITORA DO PAINEL

Mencionado durante meses como opção de consenso no PT de São Paulo, Antonio Palocci está fora da lista de pré-candidatos do partido ao Palácio dos Bandeirantes e deverá coordenar a campanha de Dilma Rousseff ao Planalto.
Não obstante o sinal verde recebido do STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto passado, quando o tribunal arquivou o caso da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa, o ex-ministro da Fazenda tem procurado amigos para manifestar a intenção de aceitar o convite feito pelo presidente Lula nos últimos dias de 2009 e repetido pela própria pré-candidata no início de janeiro.
Nessas conversas, Palocci conta ter combinado com Lula e Dilma que seu trabalho se dará em várias frentes, mas que a coordenação política -especialmente a negociação institucional com partidos aliados- ficará a cargo do presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Outra preocupação do ex-ministro é frisar que não haverá confronto com Fernando Pimentel. Palocci é mais próximo de Lula. O ex-prefeito de Belo Horizonte, de Dilma. Se Pimentel não for candidato ao governo de Minas, é provável que também assuma tarefas no comando da campanha.
Além do desejo real de que Palocci coordene a campanha de Dilma, o convite resulta de um plano que Lula ainda não abandonou: convencer Ciro Gomes (PSB) a se retirar da disputa nacional, candidatando-se ao governo de São Paulo em aliança com o PT. O projeto foi mencionado pelo presidente na primeira reunião ministerial de 2010 (leia texto na página A8).
Ciro, que em público reitera a decisão de concorrer à Presidência, em privado se mostra mais maleável aos desígnios de Lula. No PT paulista, porém, a resistência a Ciro só fez aumentar desde setembro, quando o deputado trocou seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo a pedido do presidente.
Embora a maioria dos petistas ainda diga que, se Lula mandar, o partido terá de obedecer, dissemina-se a percepção de que haverá um candidato do PT, e que, com a retirada de Palocci, restam três nomes: Marta Suplicy, Aloizio Mercadante e Emidio de Souza.
O prefeito de Osasco tem boa aceitação no partido, mas dificilmente prevalecerá -ou mesmo deixará o cargo para se aventurar numa prévia. Mercadante tem sido cogitado para a missão, mas continua a dizer que não pretende abrir mão de tentar a reeleição ao Senado.
Tudo somado, não é improvável que a longa busca do PT por um candidato em São Paulo termine na ex-prefeita.


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