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Palocci desiste de SP e deve ir para a coordenação de Dilma
Ex-ministro atuará na campanha, mas
Dutra fará a negociação das alianças
Decisão de não disputar o
governo foi tomada após conversas com Lula e com a ministra; se Ciro ficar fora,
aumenta chance de Marta
RENATA LO PRETE
EDITORA DO PAINEL
Mencionado durante meses
como opção de consenso no PT
de São Paulo, Antonio Palocci
está fora da lista de pré-candidatos do partido ao Palácio dos
Bandeirantes e deverá coordenar a campanha de Dilma
Rousseff ao Planalto.
Não obstante o sinal verde
recebido do STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto passado, quando o tribunal arquivou o caso da violação do sigilo
do caseiro Francenildo Costa, o
ex-ministro da Fazenda tem
procurado amigos para manifestar a intenção de aceitar o
convite feito pelo presidente
Lula nos últimos dias de 2009 e
repetido pela própria pré-candidata no início de janeiro.
Nessas conversas, Palocci
conta ter combinado com Lula
e Dilma que seu trabalho se dará em várias frentes, mas que a
coordenação política -especialmente a negociação institucional com partidos aliados-
ficará a cargo do presidente do
PT, José Eduardo Dutra.
Outra preocupação do ex-ministro é frisar que não haverá confronto com Fernando Pimentel. Palocci é mais próximo
de Lula. O ex-prefeito de Belo
Horizonte, de Dilma. Se Pimentel não for candidato ao governo de Minas, é provável que
também assuma tarefas no comando da campanha.
Além do desejo real de que
Palocci coordene a campanha
de Dilma, o convite resulta de
um plano que Lula ainda não
abandonou: convencer Ciro
Gomes (PSB) a se retirar da disputa nacional, candidatando-se
ao governo de São Paulo em
aliança com o PT. O projeto foi
mencionado pelo presidente na
primeira reunião ministerial de
2010 (leia texto na página A8).
Ciro, que em público reitera a
decisão de concorrer à Presidência, em privado se mostra
mais maleável aos desígnios de
Lula. No PT paulista, porém, a
resistência a Ciro só fez aumentar desde setembro, quando o
deputado trocou seu domicílio
eleitoral do Ceará para São
Paulo a pedido do presidente.
Embora a maioria dos petistas ainda diga que, se Lula mandar, o partido terá de obedecer,
dissemina-se a percepção de
que haverá um candidato do
PT, e que, com a retirada de Palocci, restam três nomes: Marta
Suplicy, Aloizio Mercadante e
Emidio de Souza.
O prefeito de Osasco tem boa
aceitação no partido, mas dificilmente prevalecerá -ou mesmo deixará o cargo para se
aventurar numa prévia. Mercadante tem sido cogitado para a
missão, mas continua a dizer
que não pretende abrir mão de
tentar a reeleição ao Senado.
Tudo somado, não é improvável que a longa busca do PT
por um candidato em São Paulo
termine na ex-prefeita.
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