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CONGRESSO
FHC e parlamentares decidem acelerar a votação da nova CPMF e planejam continuar cobrando o tributo
Líderes querem fim da crise em 90 dias
LUCIO VAZ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
Após aprovar
a contribuição
previdenciária
dos servidores
públicos federais como pediu
o governo, os líderes dos partidos governistas deram um prazo
de 90 dias para que a equipe econômica consiga superar a crise. O recado foi dado ontem ao presidente
Fernando Henrique Cardoso em
reunião no Palácio da Alvorada
com os ministros políticos.
Os líderes querem uma resposta
da área econômica ao esforço do
Congresso, que tem aprovado medidas antipáticas à população. Para os aliados, os parlamentares fizeram sua parte e agora cabe à
equipe econômica tomar medidas
efetivas para baixar o juros e retomar o crescimento econômico.
Os deputados que se reuniram
com o presidente estavam preocupados com as informações que vinham do mercado, dando conta
que a cotação do câmbio já tinha
superado R$ 1,70 (chegou a atingir
R$ 1,78), mesmo depois de a Câmara ter aprovado a contribuição
de inativos.
O presidente respondeu de forma indireta ao apelo dos líderes,
afirmando que pretende estimular
a ação do Ministério do Desenvolvimento, em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego,
sem abalar a estabilidade da moeda e mantendo a inflação baixa.
²
CPMF
Na reunião, o presidente e os líderes acertaram acelerar a votação
da emenda que recria a CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) na Câmara. Para acelerar a cobrança, o
governo acena com uma manobra.
Continuaria cobrando parte da
alíquota da nova CPMF após a
aprovação, sem esperar pelo prazo
constitucional de 90 dias.
Segundo entendimento do governo, ele poderia continuar cobrando a alíquota de 0,20% (cuja
vigência termina no próximo dia
23) porque ela estaria sendo só
prorrogada. Apenas a diferença de
0,18% (do total de 0,38% proposto)
teria de esperar a chamada "noventena" para ser cobrada.
"É uma prorrogação com hiato
de tempo", justificou o líder do
PSDB, Aécio Neves (MG).
Na próxima semana, a Câmara
deverá votar um projeto alterando
o regimento interno para dar um
rito sumário para a votação da
proposta. Com a modificação, o
governo espera aprovar a emenda
da CPMF até março, e não mais em
abril como estava previsto.
"O ganho poderá ser de R$ 1 bilhão", calculou o líder do PSDB,
Aécio Neves (MG).
A emenda deverá ser votada na
Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa de tramitação
na Câmara, na próxima semana.
Para facilitar a aprovação das medidas do ajuste fiscal, o governo
deixou para o próximo mês a discussão do projeto que regulamenta o dispositivo da reforma administrativa que prevê a demissão
por insuficiência de desempenho.
O projeto é o mais polêmico dos
três previstos para serem votados
na próxima quarta-feira. Ele define as carreiras de Estado, provocando pressões de diversas categorias de servidores públicos.
A prioridade do governo será
aprovar as propostas que regulamentam a demissão por excesso de
quadros e a que limita o gasto de
pessoal em 60% da receita (Lei Camata). "Esses dois projetos terão
aplicação imediata. Os Estados vão
poder cortar em dois terços os gastos que excederem os 60% previstos no projeto em 1999", afirmou o
líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
Segundo os líderes, FHC voltou a
defender a aprovação da reforma
tributária, cuja discussão será retomada a partir de fevereiro.
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