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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Castelo de areia
ACM procurou Tasso Jereissati e José Sarney para tentar formar um cordão de isolamento do PSDB e do PMDB contra a abertura de um processo de cassação no Conselho de Ética. O senador agiu assim que soube que a "IstoÉ" publicaria uma suposta declaração sua assumindo o grampo. Não teve sucesso.

Pela tangente
Sarney e Tasso disseram a ACM que os senadores de seus grupos políticos podem trabalhar nos bastidores contra a cassação. Mas afirmaram que não há como segurar a maioria de seus parlamentares, que querem ver o baiano longe do Senado.

Questão de tempo
O PFL tem convicção de que algum senador representará contra ACM no Conselho de Ética já no início da próxima semana. Uma vez aberto o processo, será impossível salvar o pescoço do senador, o que o levará a renunciar pela segunda vez, acreditam caciques do partido.

Drama mexicano
De ACM, ao comentar o escândalo político/amoroso revelado pelos grampos que o envolve com a advogada Adriana Barreto: "Nos capítulos iniciais dessa novela, que é um sucesso de audiência, eu fui o réu. No capítulo final, que já foi escrito, eu sou a vítima."

Sangue frio
Apesar do escândalo envolvendo a ex-namorada de ACM, assessores do senador dizem que a mulher do pefelista, Arlette, permanece em sua casa na Bahia e que não houve mudanças no dia-a-dia da família, já acostumada a "temporais". Em 2001, ACM renunciou depois do caso da violação do painel.

Nova ordem
Antes de começar sua entrevista após a reunião de governadores, Palocci (Fazenda), diante de duas cadeiras, perguntou ao porta-voz, André Singer: "Você prefere a esquerda ou a direita?" Em meio às risadas de jornalistas, Singer não respondeu. E o ministro sentou-se à direita.

Estúpido cupido
O governador Roberto Requião (PMDB-PR) comentou com Lula, em tom de brincadeira, que estranhava a semelhança de sua política econômica com a de FHC: "Lula, vocês estão com a síndrome de Estocolmo. Estão apaixonados por seus algozes."

Mudança de rota
O Planalto interpretou como um rompimento com Lula a saída de Rosinha Matheus (PSB-RJ) no meio da reunião com os governadores. O Planalto já havia identificado uma tentativa do clã Garotinho de tentar levar o PSB para a oposição.

Contra-ataque
Para enfraquecer o casal Garotinho, o Planalto tem dado força a outras lideranças do PSB, como os governadores Paulo Hartung (ES) e Ronaldo Lessa (AL), que devem ser priorizados na distribuição de verbas federais.

Ritmo baiano
O PT da Bahia lança nesta terça uma campanha pela punição dos responsáveis pelo caso dos grampos. Batizada de "Xô, xereta!", a operação vai contar ainda com um grupo carnavalesco, "o bloco dos grampeados", que promete desfilar pelas ruas de Salvador na quinta-feira.

Memória de elefante
Pedro Malan embolsou R$ 24.840, em 24 de janeiro, como ajuda de custo da União. O ex-ministro da Fazenda de FHC argumentou que não recebeu auxílio quando mudou-se do Rio de Janeiro para Brasília em 95 para assumir o cargo, o que está previsto na legislação. Agora, ganhou o pagamento retroativo.

A grande família
O valor recebido por Malan é equivalente ao de três salários de ministro, previsto para quem tem mais de três dependentes. O ex-ministro, que, assim como o ex-patrão, agora passa férias em Paris, colocou como seus dependentes a mulher, dois filhos e ainda a empregada.

TIROTEIO

Do deputado José Carlos Aleluia, líder da bancada do PFL, sobre a demora do Executivo em mandar para o Congresso as propostas de reformas:
- O ideal era o governo ter enviado ontem. Hoje, já não é o ideal. E, quanto mais distante acontecer o envio, mais longe estará da situação ideal.

CONTRAPONTO

Zoologia política

Theodorico Ferraço e Roberto Valadão, respectivamente o atual e o ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim (ES), polarizaram nas últimas três décadas o cenário político da cidade, terra natal do cantor Roberto Carlos. Hoje, os dois são aliados.
Certa vez, durante um discurso, Valadão chamou Ferraço de "animal irracional". Foi processado. A ação foi parar no TSE porque Valadão não admitiu retratar-se. Já Ferraço exigia uma reparação para a expressão "animal irracional".
- Sou um ser humano e racional!, irritava-se o prefeito.
O TSE absolveu Valadão pelo xingamento, considerando-o de menor importância. Quando soube do resultado do julgamento, Valadão, ouvido por um jornalista, saiu-se com esta:
- Agora foi até confirmado pelo TSE: Theodorico Ferraço é mesmo um animal irracional transitado em julgado.


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