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Palocci afirma que IR ficará fora da reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) disse ontem
que a discussão das alíquotas
do Imposto de Renda não fará
parte da reforma tributária. No
mês passado, o ministro havia
dito justamente o contrário.
"O conjunto das questões tributárias como a CPMF e o Imposto de Renda vai ser tratado
no âmbito da reforma", afirmou no dia 21 de janeiro. Documento obtido pela Folha
com as propostas tributárias
do governo afirma que um dos
temas seria o aumento do número de alíquotas do IR. Ontem, Palocci disse que as mudanças na tabela do IR poderão
"eventualmente" ser discutidas
após a reforma tributária.
Segundo o ministro, um dos
objetivos da reforma, ou a desoneração das classes de renda
mais baixa, será atingido com
mais eficácia com mudanças
nos impostos indiretos (cobrados no preço dos produtos). "A
grande maioria dos pobres
nem paga Imposto de Renda, é
isenta. Hoje, as famílias mais
pobres pagam praticamente o
dobro dos que mais ganham
em impostos indiretos."
Mais tarde, numa entrevista
concedida durante a reunião
com os 27 governadores, Palocci voltou a dar explicações
para a exclusão do IR das discussões da reforma tributária.
Segundo ele, a reforma tratará de questões mais amplas,
que resultarão em um projeto
de emenda à Constituição. As
alíquotas do IR não são tema
constitucional e podem ser definidas mais tarde por uma lei
complementar. Palocci fez um
contraponto ao governador de
Minas Gerais, Aécio Neves,
afirmando que é difícil ter consenso sobre a reforma tributária. "Mas é preciso ter um consenso mínimo", disse.
Aécio afirmou na noite de
quinta-feira que o governo não
poderia buscar o consenso "infinitamente". "Consenso, na
política, é sinônimo de imobilismo", disse.
O ministro disse que o ponto
de partida da reforma é o projeto aprovado em 2000 na comissão especial da Câmara dos Deputados. "Aquele é o resultado
de pelo menos uma década de
discussão sobre a reforma."
Ao sair de um encontro com
Palocci na manhã de ontem, o
ex-presidente da comissão especial e atual governador do
Rio Grande do Sul, Germano
Rigotto (PMDB), criticou o formato atual do Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e
Serviços. "É uma doidice o
ICMS com 27 legislações, cada
uma com 1.300 artigos. Um mesmo produto chega a ter 15 alíquotas diferentes", disse.
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