|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACM confessou autoria de grampo a Geddel, diz "IstoÉ'; senador nega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) teria dito que
mandou grampear telefones do
deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA), seu inimigo político, segundo reportagem da revista "IstoÉ" que circula hoje.
Segundo a revista, ACM teria dito a um dos repórteres da "IstoÉ",
no último dia 30: "Eu mandei
grampear o Geddel". A revista
transcreve o seguinte trecho, que
ACM teria dito: "O que vou lhe dizer você não pode publicar: eu
mandei grampear o Geddel. Gravei quase 200 horas de conversas
vergonhosas dele, inclusive com o
presidente da República".
Ontem, o senador baiano negou
e classificou de "invenção" o relato do jornalista Luiz Cláudio Cunha sobre o encontro dos dois. "É
mentira. Não falei nada disso."
ACM disse que vai "tomar as
providências cabíveis contra o
jornalista" e que está tranquilo
quanto à repercussão da reportagem. Ele diz ter testemunhas da
conversa com o jornalista.
De acordo com a revista, ACM
teria voltado a confirmar seu envolvimento com o grampo no último dia 6, quando teria reconhecido que a gravação é "ilicitude".
O caso dos grampos está sendo
investigado pela Polícia Federal.
ACM teria dito ao repórter que
foram amigos seus os responsáveis pelos grampos: "Uns amigos
meus gravaram. Gravaram tudo,
a meu pedido".
Segundo ACM, não há elementos para pedir abertura de processo por quebra de decoro contra
ele no Conselho de Ética do Senado. "Essa notícia não muda nada,
porque vou explicar o que houve.
Vou dizer que é mentira dele [do
jornalista]. Agravaria a minha situação se eu não desmentisse."
Segundo ACM, o jornalista o
procurou para obter informações
contra Geddel. Entre outras coisas, queria saber sobre o suposto
envolvimento do deputado com
uma empreiteira, mas o senador
disse que nada sabia a respeito.
ACM confirmou ter entregue ao
jornalista o relatório sobre as conversas de Geddel, com anotações
suas. Mas negou ter admitido ser
o mandante do grampo e ter falado que os executores da escuta
destruíram o CD com as gravações, como diz a reportagem.
O grampo de telefones de políticos da Bahia circulou entre jornalistas em agosto e setembro de
2002 com 16 conversas gravadas
em um CD-ROM. A Folha teve
acesso ao material, como cita a
"IstoÉ", e publicou reportagem
sobre o caso no dia 12 deste mês.
A revista diz que ACM tem o relatório. O senador repetiu que o
relatório com as supostas conversas de Geddel lhe teria sido entregue de forma anônima. E disse
não ter tido acesso às gravações.
ACM disse que o jornalista "demonstrou que é mau caráter",
porque teria pedido para levar o
relatório com o compromisso de
não publicá-lo. "Ele me pediu para levar. Eu disse que não podia.
Ele pediu para eu confiar nele. Levei uma surpresa quando vi que a
revista o publicou. Eu havia até dito que não queria que saísse nada
contra o Geddel porque, na época, ele não estava me atacando."
O senador afirmou não estar
preocupado com os depoimentos
de Adriana Barreto, sua ex-namorada, e do marido dela, Plácido
Faria, à PF. A revista não quis comentar as declarações de ACM.
Texto Anterior: Outro lado: Deputado não é encontrado para comentar caso Próximo Texto: Divulgar grampo ilegal é crime, afirma ministro Índice
|