DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Marcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, disse acreditar que o Fome Zero mudará o padrão das políticas públicas existentes no país. Cita o caso da Bolsa-Escola, cujo cadastramento é feito nas escolas municipais e acaba beneficiando famílias com crianças já matriculadas e excluindo aquelas que não o são.
Em lugar dessa "pobreza assistida", disse, é preciso buscar as vítimas de todos os processos de exclusão social. Elas estão na área rural, mas também nas cidades.
Nos grandes centros urbanos, "o núcleo duro da pobreza é assistido pelo crime organizado", cuja importância se traduz indiretamente pelo fato de 10,3% da riqueza nacional ser gasta em segurança. É a ação das políticas sociais do Estado que recriará um elo de confiança entre essa parcela de excluídos e as instituições.
Existem hoje a seu ver programas sociais que competem uns com os outros, que se tornam mais caros por exigirem diferentes cadastramentos. Defendeu a articulação de projetos esparsos por diferentes ministérios.
Por detrás dessas necessárias racionalidade e integração maiores, Pochmann argumentou estar a economia de dinheiro, fundamental num país tão carente de recursos. (JBN)


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