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Economista vê pouca estrutura
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o economista Marcelo Néri, o Fome Zero tem demonstrado
pouca abertura para o debate e
também peca por mostrar um
descompasso entre a grande expectativa gerada e a pouca estrutura funcional e de dinheiro do
Orçamento para sua execução.
Qualificou como "pouco razoável" dar meios para os pobres
consumirem alimentos, obrigando-os, contudo, ao consumo dos
produtores locais. É uma "reserva
de mercado", e "o pobre não pode
ter sua liberdade cerceada", afirmou, provavelmente com base no
pressuposto de que o alimento do
produtor local é mais caro que o
do grande produtor distante.
Disse que o Fome Zero não
aproveitou as estruturas da assistência social que entraram em fase de gestação nos dois últimos
anos do governo anterior. Ao ignorar as experiências anteriores
ou construir algo em paralelo, o
Fome Zero surge num vácuo,
num vazio, o que compromete
sua concepção e sua eficiência.
Ainda com relação a essa falta
de continuidade, disse que na
área rural a pobreza vem caindo, e
as políticas aplicadas pelo governo anterior falharam no combate
à pobreza urbana. "Estamos agora reinventando a roda", disse.
Como debatedor mais crítico ao
programa, Marcelo Néri citou o
caso do Peru e da Bolívia, em que
idéias ambiciosas de combate à
pobreza geraram uma grande expectativa e, ao malograrem, representaram a perda de um momento histórico.
(JBN)
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