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Fundação da UnB comprou 5 TVs de tela plana para imóvel do reitor
Promotor acredita que gastos com o apartamento podem ser ainda maiores
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um relatório da Finatec
(fundação ligada à UnB) aponta
a compra de cinco televisores
de tela plana, entre 2006 e
2007, para o apartamento funcional que era ocupado pelo
reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland, até
a semana passada. Após denúncia feita pelo Ministério Público, o reitor deixou o local para
"preservar a instituição".
Os televisores não constam
da denúncia da Promotoria,
que aponta que foram gastos
R$ 470 mil para equipar o apartamento funcional do reitor
com móveis, eletrodomésticos
e eletrônicos. Na denúncia, a
Promotoria sustenta que o dinheiro deveria ter sido empregado em pesquisa e ensino.
O promotor Ricardo Antônio
de Souza afirma que pode haver
outros gastos além dos elencados na denúncia. "Isso [os televisores] não tem nas notas, mas
o relatório da Finatec diz que
está lá. As notas podem estar
faltando, não posso afirmar que
elas são completas. Pode, sim,
ter tido mais coisa", disse.
A UnB disse que não se manifestaria sobre o apartamento
do reitor, apenas ao Ministério
Público Federal, se solicitada. A
UnB também não permitiu que
a reportagem entrasse no apartamento antes ocupado pelo
reitor. Nota da universidade diz
que o imóvel é equipado "para
atender às necessidades de representação institucional".
O relatório de bens adquiridos pela Finatec foi enviado à
Folha pela assessoria do Ministério Público do Distrito Federal. Souza disse que o documento "é claro" e que a origem
é a Finatec: "Essa lista é clara,
está tudo lá, lá na casa dele
[Mulholland]. Esse documento
é de lá [Finatec], é do sistema
interno deles, o cara pegou de
lá, isso eu garanto. Salvo se estiver errado ou falsificado, se
não, é televisão pra caramba".
Segundo o relatório, no dia 31
de outubro de 2006, foram
comprados três televisores de
tela plana de 20 polegadas e um
quarto aparelho de 32 polegadas. Em 2 de maio do ano passado, outro televisor foi adquirido pela Finatec e repassado
ao apartamento do reitor. Dessa vez, foi um aparelho de alta
definição, de 42 polegadas.
O Ministério Público apontou irregularidades na compra
de itens de luxo para o apartamento funcional do reitor e de
um carro no valor de R$ 72 mil
para uso de Mulholland. Entre
os gastos citados encontra-se a
aquisição de três lixeiras (R$
2.738), um "home cinema" (R$
36.603), "telas artísticas" (R$
21.600) e o plantio de 16 vasos
com plantas (R$ 7.264).
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