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Serra culpa empresa por nota fria no pleito de 2002
TSE aprovou as contas de campanha "já há muitos anos", afirma governador
"É como você comprar uma
cocada na estrada e quem
vendeu não paga imposto; a
responsabilidade não é de
quem comprou", diz tucano
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO VICENTE
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), afirmou ontem que as contas de sua campanha eleitoral à Presidência
da República em 2002 foram
aprovadas "integralmente" pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que, se uma empresa
que prestou serviços ao partido
ou à campanha não pagou imposto, "o problema é dela".
"É como você comprar uma
cocada na estrada e quem vendeu não paga imposto. A responsabilidade é da pessoa, não
é de quem comprou", afirmou o
governador, que esteve ontem
em São Vicente, a 74 quilômetros de São Paulo.
"Você vai em uma loja, compra e, se a loja tiver problema
tributário, é problema dela,
contanto que você faça as coisas direito", completou Serra.
Em sua prestação de contas
encaminhada ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), o comitê do
PSDB declarou gastos com a
empresa Gold Stone Publicidade e Propaganda no valor de
R$ 251 mil em 2002, quando
Serra concorreu à Presidência.
Pela prestação, foram dois
pagamentos. A Delegacia da
Receita Federal de Brasília
manteve entendimento de que
a Gold Stone não existiu fisicamente e nunca pagou imposto.
Na última terça, reportagem da
Folha mostrou que, segundo a
Delegacia da Receita Federal
de Brasília, o PSDB usou notas
fiscais frias no valor de R$ 476
mil emitidas por uma empresa
fantasma e por outra inidônea
(que apresenta irregularidade
e/ou ilegalidade) para o partido
e a campanha de Serra à Presidência em 2002.
Segundo Serra, os dados
apontados pela Receita estão
relacionados a despesas do partido, anteriores ao período eleitoral, e foram "equivocadamente" atribuídos à campanha.
"Agora, se uma ou outra empresa trabalhou para a campanha ou para o partido e não pagou imposto, o problema é dela", disse o governador. "No que
se refere à campanha, foi tudo
aprovado direitinho pelo Tribunal Superior Eleitoral já há
muitos anos", declarou.
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