São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

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Serra culpa empresa por nota fria no pleito de 2002

TSE aprovou as contas de campanha "já há muitos anos", afirma governador

"É como você comprar uma cocada na estrada e quem vendeu não paga imposto; a responsabilidade não é de quem comprou", diz tucano

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO VICENTE

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que as contas de sua campanha eleitoral à Presidência da República em 2002 foram aprovadas "integralmente" pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que, se uma empresa que prestou serviços ao partido ou à campanha não pagou imposto, "o problema é dela".
"É como você comprar uma cocada na estrada e quem vendeu não paga imposto. A responsabilidade é da pessoa, não é de quem comprou", afirmou o governador, que esteve ontem em São Vicente, a 74 quilômetros de São Paulo.
"Você vai em uma loja, compra e, se a loja tiver problema tributário, é problema dela, contanto que você faça as coisas direito", completou Serra.
Em sua prestação de contas encaminhada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o comitê do PSDB declarou gastos com a empresa Gold Stone Publicidade e Propaganda no valor de R$ 251 mil em 2002, quando Serra concorreu à Presidência.
Pela prestação, foram dois pagamentos. A Delegacia da Receita Federal de Brasília manteve entendimento de que a Gold Stone não existiu fisicamente e nunca pagou imposto. Na última terça, reportagem da Folha mostrou que, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília, o PSDB usou notas fiscais frias no valor de R$ 476 mil emitidas por uma empresa fantasma e por outra inidônea (que apresenta irregularidade e/ou ilegalidade) para o partido e a campanha de Serra à Presidência em 2002.
Segundo Serra, os dados apontados pela Receita estão relacionados a despesas do partido, anteriores ao período eleitoral, e foram "equivocadamente" atribuídos à campanha.
"Agora, se uma ou outra empresa trabalhou para a campanha ou para o partido e não pagou imposto, o problema é dela", disse o governador. "No que se refere à campanha, foi tudo aprovado direitinho pelo Tribunal Superior Eleitoral já há muitos anos", declarou.


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