São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Outro lado

Acusações são fantasiosas, afirma juiz

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

O juiz Marcelo de Souza Barros, auxiliar da presidência do TJ-MT na gestão do desembargador José Ferreira Leite, foi o presidente da comissão que chefiou a obra do Fórum de Cuiabá. Ele classificou de "fantasiosas" as afirmações contidas nos relatórios do desembargador Orlando Perri.
Segundo ele, os magistrados citados como envolvidos em irregularidades são vítimas de uma "vingança pessoal" do corregedor. Uma das motivações, disse, é o fato de Perri ter sido preterido, na gestão de Ferreira Leite, da tarefa de coordenar um projeto de "modernização do Judiciário".
Outra seria a derrota de Perri em uma eleição anterior ao cargo de corregedor. Souza Barros disse que Perri atribuiu o revés à atuação do grupo ligado ao então presidente.
O juiz disse que não foi ouvido na investigação e que desconhece o teor do novo relatório. Sobre a obra do fórum, afirmou que a contratação foi por um "preço global". "O tribunal não contratou a quantidade determinada de toneladas de ferro. Contratou o prédio pronto. Mas tudo o que foi pago teve medição e nunca houve pagamento sem a execução do serviço."
Perri negou que tenha agido em razão de rixas pessoais. "Essa história de vingança é uma cortina de fumaça, uma tática de defesa." Segundo ele, as investigações foram motivadas por denúncias feitas à Corregedoria.
Em 2008, o TJ aceitou um mandado de segurança impetrado por Ferreira Leite e Souza Barros e mandou arquivar um inquérito civil aberto pelo Ministério Público Estadual para apurar irregularidades na obra do fórum -cujo contrato, segundo a Promotoria, foi aditado 17 vezes e subempreitado para cerca de 300 microempresas. "Não havia justa causa para a continuidade daquele procedimento", disse o juiz Souza Barros.
O promotor Célio Fúrio, que conduzia a investigação, disse que o arquivamento do inquérito -que à ocasião reunia mais de 30 volumes- ocorreu justamente quando a Promotoria abria licitação para contratar perícia nos documentos relativos à obra. "Demoramos um ano e quatro meses para ter acesso à documentação."


Texto Anterior: TJ vê fortes indícios de desvio para maçonaria
Próximo Texto: Elio Gaspari: Em Furnas, o Carnaval começa na quinta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.