São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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Sem descartar renúncia, Paulo Octávio diz que semana é decisiva

Governador interino do Distrito Federal adiou decisão de se desfiliar do DEM

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem descartar a renúncia de seu horizonte político, o governador interino Paulo Octávio adiou a decisão de se desfiliar do DEM, como anunciado por ele na semana passada, e vai tentar convencer o seu partido a não abandonar o governo.
Onze dias depois de assumir o governo no lugar do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), Paulo Octávio já deu quatro versões para seu futuro político.
Primeiro, avisou que iria renunciar, mas ficou no cargo dizendo que esperaria definições da Justiça sobre intervenção no Distrito Federal e prisão de Arruda. Na semana passada, seu assessor garantiu que ele ficaria até o fim do mandato. Agora, ele volta a ter dúvidas e diz que "a semana é decisiva".
"Ainda estou buscando sentir o clima, o apoiamento. Não tenho nada certo. Qualquer decisão vou tomar essa semana", disse ontem ao admitir que perder o apoio político da sigla a qual é filiado seria um de seus maiores "complicadores" na tentativa de governabilidade.
Um dos responsáveis por tentar reaver a posição do DEM de deixar o governo é o secretário de Transportes, Alberto Fraga (DEM). Ele deve se encontrar com o presidente da legenda, Rodrigo Maia, amanhã. A Executiva do partido vai se reunir na quarta para tratar da questão do Distrito Federal.
Rodrigo Maia admite que a situação do governador interino "piorou muito", mas ressaltou que a decisão sobre expulsá-lo ou não será "coletiva". Paulo Octávio diz não se preocupar com os três processos de impeachment abertos contra ele na Câmara, nem com a suspeita de envolvimento no mensalão -ele nega ter recebido dinheiro do esquema.
O governador interino também anunciou que vai solicitar ao governo federal uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) nos repasses da União para o DF -o chamado fundo constitucional, dinheiro que é utilizado pelas áreas da saúde, educação e segurança pública. No ano passado, a União repassou para Brasília mais de R$ 7 bilhões. A auditoria, contudo, já tinha sido anunciada até pela Presidência da República na semana passada.

Colaboraram SÉRGIO LIMA E RENAN RAMALHO, da Sucursal de Brasília



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