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Versículos
viram "arma' na defesa da
conduta
homossexual
da Reportagem Local
Recurso tradicionalmente utilizado pelos cristãos para indicar a reprovação de Deus ao homossexualismo, os versículos
da Bíblia também se transformaram em elementos de defesa
da conduta gay.
"Cada um usa ( a Bíblia) de
acordo com os seus interesses
ideológicos. Existem passagens
que condenam as práticas homossexuais, mas outras não.
Por isso, é autoritarismo puro
usar a palavra de Deus para reprimir as pessoas", diz Elias Lilikã, um dos fundadores da Comunidade Cristã Gay.
Um dos exemplos de tolerância da Bíblia mais citados pelo
grupo é o que descreve o relacionamento de Davi e Jonatas,
no Antigo Testamento.
"Tua amizade me era mais
maravilhosa do que o amor das
mulheres. Tu me eras deliciosamente querido", relata Samuel
no capítulo 1, versículo 26 de
seu segundo livro, conforme
panfleto distribuído pelo Grupo
Gay da Bahia.
A mesma opinião é compartilhada pelo pastor presbiteriano
Nehemias Marien. "Os dois se
amavam. Sem dúvida nenhuma
eram homossexuais", diz.
"Isso nunca existiu. Era uma
relação de amizade. Quando fala
em amor superior ao que sente
pelas mulheres, Jonatas quer dizer
que seu amor pelo amigo vai muito além do sexo", afirma o pastor
Túlio Barros Ferreira (Assembléia
de Deus).
"E assim mesmo também os homens, deixado o uso natural das
mulheres, arderam nos seus desejos mutuamente, cometendo homens com homens a torpeza e recebendo em si mesmos a paga que
era devida ao seu pecado", afirma
São Paulo em sua primeira carta
aos Romanos, citado por Ferreira.
"Essas passagens são de outra
cultura e têm de ser compreendidas no contexto da época", diz o
padre José Antonio Trasferetti,
responsável pela pastoral dos homossexuais em Campinas.
Em sua avaliação, o bom relacionamento de Jesus com prostitutas
e leprosos demonstra ainda sua
tolerância quanto a minorias.
O pastor Marien vai mais longe,
afirmando que o apóstolo Paulo
era homossexual, e cita a carta dele
aos Romanos para comprovar sua
tese.
"Mas sinto nos meus membros outra lei, que repugna a lei
do meu espírito, e que me faz cativo na lei do pecado que está
nos meus membros. Infeliz homem eu. Quem me livrará do
corpo desta morte?", diz o capítulo 7, versículos 23 e 24.
(PZ)
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