São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 1998

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Na `boca da urna´, Covas inaugura mais

ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local

O governo Mário Covas (PSDB) elaborou uma agenda de inaugurações que concentra nos meses de agosto e setembro, no auge da campanha eleitoral, a entrega das obras mais importantes da gestão.
Nesse período haverá pelo menos uma inauguração de grande porte por semana. O cronograma foi traçado sob orientação do próprio governador durante reunião que fez com todos os seus secretários no final de 1997.
Com a concentração de entregas, o governo espera desfazer a imagem de imobilidade que acabou impregnando sua administração por causa dos dois primeiros anos da gestão.
Na primeira metade do seu governo, Covas foi obrigado a paralisar obras e projetos para equilibrar as contas do Estado, o que prejudicou sua imagem junto à população.
O carro-chefe das inaugurações será o setor dos transportes, principalmente as obras do metrô. Às vésperas da eleição, serão entregues cinco novas estações: Sumaré e Vila Madalena, em agosto, na extensão da linha oeste; Pêssego, José Bonifácio e Guaianases, em setembro, na extensão leste.
Mário Covas tem afirmado que não vai concorrer ao segundo mandato. Se atender aos apelos do seu partido e mudar de idéia, Covas não vai poder participar dessas inaugurações, marcadas para as vésperas do pleito. A legislação eleitoral impede que os governantes candidatos participem desse tipo de evento a partir do dia 4 de julho.
Apesar disso, tucanos consideram que a repercussão da entrega das obras vai beneficiar a possível candidatura Mário Covas, ainda que o governador não participe diretamente dos eventos. "Nem precisa participar. A população sabe quem conseguiu melhorar a qualidade de vida", diz Mendes Thame, presidente do partido em São Paulo.
Será inaugurada em setembro também a linha sete do metrô, Osasco a Jurubatuba, passando pelas margens do rio Pinheiros.
Antes utilizada por trens de subúrbio, a linha está sendo reformada e vai ganhar sete novas estações, passando a ter o mesmo padrão do metrô.
Com essas inaugurações no setor do transporte, o governo vai tentar reduzir o impacto eleitoral do fura-fila, que terá a primeira linha inaugurada em setembro pelo prefeito Celso Pitta (PPB), aliado político de Paulo Maluf, o candidato líder nas pesquisas para o Estado.
A única obra do metrô que será entregue fora desses dois meses que antecedem a eleição será a extensão norte, prevista para março, com as estações Jardim São Paulo, Parada Inglesa e Tucuruvi.
Serão entregues também, nos meses de agosto e setembro, obras rodoviárias. Em agosto, sai a duplicação da rodovia Fernão Dias (trecho de São Paulo a Atibaia). No mês de setembro, vai ocorrer a liberação total da rodovia Carvalho Pinto (em maio, Covas inaugura três túneis nessa estrada).
Obras do setor elétrico também fazem parte da estratégia montada pelo governador paulista.
Será inaugurada em agosto, por exemplo, a primeira turbina da hidroelétrica de Porto Primavera, na divisa com o Estado do Paraná, obra iniciada em 1976.
A hidroelétrica foi retomada pelo governador em 1996, e a conclusão completa da obra está prevista para 2004 (18 turbinas). A segunda e a terceira turbina vão passar a funcionar, respectivamente, em setembro e dezembro. No campo da energia também deverá ser preparado um evento em setembro para a entrega da quarta turbina de Três Irmãos.
Nos dois meses que antecedem a eleição serão entregues também dois hospitais e quase 13.000 habitações populares, além de dez trens da Alemanha.



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