São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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CRISE FEDERATIVA
Governadores de oposição dizem que vão à reunião de sexta, mas querem saber o que o Planalto quer
Garotinho e Lessa pedem agenda a FHC

free-lance para a Folha


Os governadores do Rio, Anthony Garotinho (PDT), e de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), defenderam ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apresente uma pauta mínima para a reunião com os governadores, na sexta-feira.
Em entrevista conjunta, após almoçarem juntos no Rio, os dois governadores de oposição criticaram o envio do ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) para conversar com o governador de Minas, Itamar Franco (PMDB).
Na sexta-feira, o tucano Pimenta, adversário notório de Itamar na política mineira, tentou conversar com o governador sobre a reunião. Não conseguiu.
Itamar também disse à Folha que não participará da reunião com o presidente no dia 26.
""Esperamos que o Palácio do Planalto sinalize com uma pauta mínima para a reunião. Precisamos ir a esse encontro com algumas evidências de que não estaremos participando apenas de uma fotografia ou de um almoço", disse o governador do Rio, comentando nota de jornal ontem atribuindo a FHC a idéia de que a reunião será simbólica.
Garotinho e Lessa confirmaram a ida a Brasília, mesmo que o governo não divulgue antecipadamente os itens que serão tratados sobre a relação da União com os Estados.

Deselegante
Na opinião de Lessa, FHC foi ""deselegante" ao enviar o ministro Pimenta da Veiga para convidar Itamar para a reunião de sexta.
Segundo Garotinho, ""seria a mesma coisa que mandar Fernando Collor convidar o governador Lessa para a reunião".
O governador do Rio disse não saber se Itamar irá ou não à reunião. De acordo com o pedetista, há uma articulação do grupo de governadores oposicionistas para que Itamar esteja presente.
Segundo Lessa, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (PSB) e o ex-ministro da Saúde Jamil Haddad (PSB) tentarão convencer Itamar a participar.
Para Lessa, mesmo que o governador mineiro não vá à reunião, a consistência do grupo de oposição não será abalada. "Itamar já deu cascudo na gente antes, e nós continuamos acariciando ele. Se um pronunciamento dele derruba a Bolsa de Nova York, o meu, por exemplo, não derrubaria nem a Bolsa de Pernambuco", disse, em tom de brincadeira.
Depois da entrevista, Garotinho foi à base aérea do Galeão receber FHC. De lá, ambos foram juntos para a abertura do encontro de empresários europeus e do Mercosul, em Copacabana.


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