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CRISE FEDERATIVA
Governadores de oposição dizem que vão à reunião de sexta, mas querem saber o que o Planalto quer
Garotinho e Lessa pedem agenda a FHC
free-lance para a Folha
Os governadores do Rio, Anthony Garotinho (PDT), e de
Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB),
defenderam ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apresente uma pauta
mínima para a reunião com os governadores, na sexta-feira.
Em entrevista conjunta, após almoçarem juntos no Rio, os dois
governadores de oposição criticaram o envio do ministro Pimenta
da Veiga (Comunicações) para
conversar com o governador de
Minas, Itamar Franco (PMDB).
Na sexta-feira, o tucano Pimenta,
adversário notório de Itamar na
política mineira, tentou conversar
com o governador sobre a reunião.
Não conseguiu.
Itamar também disse à Folha que
não participará da reunião com o
presidente no dia 26.
""Esperamos que o Palácio do
Planalto sinalize com uma pauta
mínima para a reunião. Precisamos ir a esse encontro com algumas evidências de que não estaremos participando apenas de uma
fotografia ou de um almoço", disse
o governador do Rio, comentando
nota de jornal ontem atribuindo a
FHC a idéia de que a reunião será
simbólica.
Garotinho e Lessa confirmaram
a ida a Brasília, mesmo que o governo não divulgue antecipadamente os itens que serão tratados
sobre a relação da União com os
Estados.
Deselegante
Na opinião de Lessa, FHC foi
""deselegante" ao enviar o ministro
Pimenta da Veiga para convidar
Itamar para a reunião de sexta.
Segundo Garotinho, ""seria a
mesma coisa que mandar Fernando Collor convidar o governador
Lessa para a reunião".
O governador do Rio disse não
saber se Itamar irá ou não à reunião. De acordo com o pedetista,
há uma articulação do grupo de
governadores oposicionistas para
que Itamar esteja presente.
Segundo Lessa, o ex-governador
de Pernambuco Miguel Arraes
(PSB) e o ex-ministro da Saúde Jamil Haddad (PSB) tentarão convencer Itamar a participar.
Para Lessa, mesmo que o governador mineiro não vá à reunião, a
consistência do grupo de oposição
não será abalada. "Itamar já deu
cascudo na gente antes, e nós continuamos acariciando ele. Se um
pronunciamento dele derruba a
Bolsa de Nova York, o meu, por
exemplo, não derrubaria nem a
Bolsa de Pernambuco", disse, em
tom de brincadeira.
Depois da entrevista, Garotinho
foi à base aérea do Galeão receber
FHC. De lá, ambos foram juntos
para a abertura do encontro de
empresários europeus e do Mercosul, em Copacabana.
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