São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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OUTRO LADO
Acusado se diz perseguido

da Sucursal de Brasília

O deputado Hildebrando Pascoal Nogueira Neto (PFL-AC) disse que é perseguido pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça do Acre Gercino José da Silva Filho por ter denunciado os “marajás” do Poder Judiciário no Estado.
“Por que ainda estou solto?”, perguntou Hildebrando, ao ser informado sobre as acusações feitas por um traficante de que teria decepado com uma motosserra os braços de um suspeito da morte de seu irmão Itamar Pascoal.
“Se eles têm tantas provas, por que não me prendem? Eu quero ver provas que confirmem minha participação nesse esquadrão da morte”, afirmou. “Sofro essa perseguição porque toquei no bolso dos funcionários e dos desembargadores do Judiciário”, disse.
Em 97, quando era deputado estadual, Hildebrando denunciou os “marajás” do tribunal que ganhavam de R¹ 8.400 a R¹ 12,2 mil _salário que superava o do presidente da República, que ganha R¹ 8.500.
Com ação popular no Supremo Tribunal Federal, Hildebrando derrubou em 98 lei estadual que conferia aos desembargadores 40% de gratificação em razão de possuírem diploma de nível superior.
O desembargador Gercino José da Silva Filho disse que o início das investigações sobre o esquadrão da morte é anterior à ação judicial movida por Hildebrando contra a gratificação.
O deputado confirmou que em um telefonema disse ter prometido matar o desembargador no meio da rua. “É tanto aborrecimento que a gente acaba falando besteira, só de raiva”, afirmou ele.
Ele negou que tenha telefonado para o oficial da Polícia Militar do Piauí que entregou o suspeito José Hugo Alves Júnior para ser morto por falsos policiais federais.
“Eu recebi telefonemas de todo o país”, disse ele, confirmando que espalhou cartazes prometendo recompensa a quem desse informações sobre José Hugo.


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