São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

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Esquerda do PT prega mudanças e afirma que vai pressionar mais

VIRGILIO ABRANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de pedir uma mudança agressiva na política econômica do governo federal, a esquerda do PT, reunida ontem no seminário "Queremos um outro Brasil", afirmou que as pressões dentro do partido por transformações no governo ainda vão aumentar.
"O governo está perdendo o momento certo de fazer mudanças imediatas nas políticas social e econômica. A pressão dentro do PT deve crescer rapidamente de baixo para cima para que isso ocorra. Vamos realizar seminários em todo o país", disse o deputado Ivan Valente (PT-SP), um dos organizadores do evento.
O seminário foi em São Paulo. Organizado por 15 deputados federais petistas, contou ainda com a presença de 600 a 800 participantes (segundo os organizadores), entre eles deputados estaduais e vereadores. Também participaram o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o prefeito de Belém, Edmílson Rodrigues (PT).
O ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) compareceu para falar das políticas sociais do governo Lula. Patrus acabou causando mal-estar entre os presentes porque falou durante meia hora e disse que precisava ir embora. Não ouviu as críticas à sua área feitas pela professora de política social da UFRJ Laura Tavares, que falou na seqüência.
Também discursaram intelectuais que já atuaram em campanhas do PT: os economistas Carlos Eduardo Carvalho (PUC-SP), Ricardo Carneiro (Unicamp) e João Machado (PUC-SP), que criticaram a política econômica.
Carneiro elencou sugestões de mudanças: aumento das reservas cambiais, redução dos juros, redução do superávit, controle das tarifas públicas, flexibilização das metas de inflação e redução do spread bancário (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada dos clientes) de bancos públicos. Valente afirmou que esses itens estarão em um documento que será enviado à direção do partido e ao governo.
Os parlamentares ressaltaram que não estavam fazendo oposição nem pedindo a saída do ministro Antonio Palocci (Fazenda).


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