São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2006

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Tucanos preparam candidatura Serra

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A exemplo do que fez com Geraldo Alckmin em fevereiro, a bancada de deputados estaduais do PSDB vai até José Serra amanhã declarar seu apoio irrestrito à provável candidatura do prefeito de São Paulo ao governo. O gesto, acordado entre aliados de Alckmin e Serra, visa precipitar a decisão do segundo de deixar o comando da maior cidade do país.
Ontem, a expectativa era que o prefeito anunciasse até o início da próxima semana se vai ficar ou sair do Banespinha, sede da prefeitura. Pela lei, ele tem até o dia 1º de abril para deixar o cargo, se quiser disputar a eleição.
A bancada do PSDB na Assembléia Legislativa tem 22 deputados, a maior parte ligada a Alckmin. Os principais articuladores da ida até a prefeitura são Ricardo Trípoli, líder, e Vaz de Lima.
Segundo a Folha apurou, o prefeito teria emitido sinais de que está disposto a concorrer em nome do partido e da chance de os tucanos manterem o controle do maior Estado do país, já que, conforme o Datafolha, ele bateria os adversários no primeiro turno.
O deputado Alberto Goldman diz que "o lançamento da candidatura Serra é o caminho". "Está havendo muita pressão". Diz, porém, que ele ainda não decidiu. Segundo o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), a pressão "é quase irresistível".
Antes de dar a resposta, Serra espera o resultado de uma pesquisa qualitativa medindo o impacto de sua saída da prefeitura. Segundo Goldman, ele só deixará o cargo depois de ouvir potenciais aliados em outros partidos.

"Superprefeito"
Até os adeptos do discurso de que Serra não pode deixar a prefeitura mudaram o tom. É o caso do deputado estadual "alckmista" Orlando Morando: "A Prefeitura de São Paulo é muito dependente do governo do Estado. No Palácio dos Bandeirantes, Serra será um superprefeito", disse.
No final de semana, Alckmin manifestou a interlocutores a preocupação com a demora de Serra por avaliar que ela dificulta a costura interna no partido, já que cinco outros nomes estão colocados como pré-candidatos. Entre eles, o vereador José Aníbal, apontado como o favorito caso a disputa chegue às prévias, insistia que não retiraria sua candidatura em favor de Serra. Nos últimos dois dias, os ânimos de Aníbal estariam "serenados", declarou um tucano. Caso Serra aceite o desafio, deve ficar com Alckmin a missão de convencer o vereador a desistir. Outro argumento que pesa a favor dos que defendem uma decisão rápida é necessidade de um tempo para que a transição de governo para o PFL seja realizada.


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