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Tucanos preparam candidatura Serra
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL
CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A exemplo do que fez com Geraldo Alckmin em fevereiro, a
bancada de deputados estaduais
do PSDB vai até José Serra amanhã declarar seu apoio irrestrito à
provável candidatura do prefeito
de São Paulo ao governo. O gesto,
acordado entre aliados de Alckmin e Serra, visa precipitar a decisão do segundo de deixar o comando da maior cidade do país.
Ontem, a expectativa era que o
prefeito anunciasse até o início da
próxima semana se vai ficar ou
sair do Banespinha, sede da prefeitura. Pela lei, ele tem até o dia 1º
de abril para deixar o cargo, se
quiser disputar a eleição.
A bancada do PSDB na Assembléia Legislativa tem 22 deputados, a maior parte ligada a Alckmin. Os principais articuladores
da ida até a prefeitura são Ricardo
Trípoli, líder, e Vaz de Lima.
Segundo a Folha apurou, o prefeito teria emitido sinais de que
está disposto a concorrer em nome do partido e da chance de os
tucanos manterem o controle do
maior Estado do país, já que, conforme o Datafolha, ele bateria os
adversários no primeiro turno.
O deputado Alberto Goldman
diz que "o lançamento da candidatura Serra é o caminho". "Está
havendo muita pressão". Diz, porém, que ele ainda não decidiu.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), a
pressão "é quase irresistível".
Antes de dar a resposta, Serra
espera o resultado de uma pesquisa qualitativa medindo o impacto
de sua saída da prefeitura. Segundo Goldman, ele só deixará o cargo depois de ouvir potenciais aliados em outros partidos.
"Superprefeito"
Até os adeptos do discurso de
que Serra não pode deixar a prefeitura mudaram o tom. É o caso
do deputado estadual "alckmista"
Orlando Morando: "A Prefeitura
de São Paulo é muito dependente
do governo do Estado. No Palácio
dos Bandeirantes, Serra será um
superprefeito", disse.
No final de semana, Alckmin
manifestou a interlocutores a
preocupação com a demora de
Serra por avaliar que ela dificulta
a costura interna no partido, já
que cinco outros nomes estão colocados como pré-candidatos.
Entre eles, o vereador José Aníbal,
apontado como o favorito caso a
disputa chegue às prévias, insistia
que não retiraria sua candidatura
em favor de Serra. Nos últimos
dois dias, os ânimos de Aníbal estariam "serenados", declarou um
tucano. Caso Serra aceite o desafio, deve ficar com Alckmin a missão de convencer o vereador a desistir. Outro argumento que pesa
a favor dos que defendem uma
decisão rápida é necessidade de
um tempo para que a transição de
governo para o PFL seja realizada.
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