São Paulo, sábado, 22 de março de 2008

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Durante crise, MT mantém maquinário novo sem uso

Equipamento obtido pelo governo no fim de janeiro está exposto em Cuiabá

No Estado, 14 cidades estão com decretos de situação de emergência homologados ou em vistoria por conta dos efeitos da época de chuvas

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O governo de Mato Grosso expõe há um mês, na principal avenida de Cuiabá, 132 máquinas de um lote de 212 equipamentos que foram comprados no fim de janeiro para o trabalho de recuperação de estradas não-pavimentadas do Estado. O lote teve custo de R$ 77 milhões e é anunciado no local com um outdoor, que afirma ser esta a "maior aquisição de máquinas da história".
Enquanto isso, 14 cidades do Estado estão com decretos de situação de emergência homologados ou em vistoria por conta dos efeitos da temporada de chuvas, segundo a Defesa Civil. Os relatos são de estradas rompidas por trombas d'água, pontes destruídas, atoleiros e dificuldade de escoar a safra.
"As máquinas estão lá, fazendo propaganda. E, por aqui, ninguém sabe quando vai começar a ajuda", diz João Batista Sá (PMDB), prefeito de Torixoréu (a 560 km de Cuiabá). O município, que decretou estado de emergência em janeiro, teve sua situação homologada recentemente pela Defesa Civil.
O governo diz que, antes de colocar a frota em atividade, precisa esperar a entrega de todo o maquinário. O prazo vence no dia 10 de abril.
As diferentes máquinas -caminhões basculantes, escavadeiras e motoniveladoras, principalmente- serão agrupadas em patrulhas mecanizadas e divididas entre 15 consórcios de municípios. "Ainda restam 80 unidades para completar os conjuntos. Não podemos entregar uma patrulha incompleta", diz Vilceu Marcheti, secretário de Infra-estrutura do governo Blairo Maggi (PR).
Segundo ele, a manutenção das 132 máquinas em Cuiabá há mais de um mês não prejudica o atendimento de situações emergenciais. "Estamos com nossas equipes nos locais mais críticos. O fato é que se trata de uma época complicada."
Ele diz que as máquinas já entregues estão apenas estacionadas no terreno à beira da avenida por falta de local mais adequado -e não expostas.


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