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Cai renda de agricultores
da Reportagem Local
Uma das conclusões do
Projeto Rurbano é que o
Plano Real foi responsável
pela queda da renda dos
agricultores familiares. Ao
contrário da maioria das
outras famílias brasileiras,
eles perderam poder aquisitivo nos últimos anos.
Segundo a pesquisa, entre
1995 e 1997 a renda per capita das famílias que possuem
terra mas que não têm empregados caiu de R$ 78,30
para R$ 75,08 -uma queda
de 2,1%.
O mais grave é que esse
segmento representa a
maior fatia das famílias que
retiram seu sustento principalmente da agricultura:
são 2,6 milhões de famílias.
Ao mesmo tempo, a média das 40,6 milhões de famílias brasileiras viu sua
renda per capita subir de R$
241,42 para R$ 243,86 (aumento de 0,5%).
O contraste é ainda maior
se a comparação for feita
com a renda daquelas famílias agrícolas que são proprietárias de terras e que
possuem mais de dois empregados.
Nesse pequeno grupo, de
apenas 46 mil famílias, a
renda per capita cresceu
17,7% entre 1995 e 1997,
passando de R$ 941,54 para
R$ 1.304,76.
Apenas um outro grupo
viu sua renda cair desde a
implantação do real, ocorrida em 1994: o das famílias
dos trabalhadores sem terra
na agricultura.
Sua renda per capita, que
já era a mais baixa de todas
as famílias, caiu 0,9%, passando de R$ 64,77 para R$
63,66.
O grupo mais prejudicado, que vive da agricultura
familiar, enfrentou nesse
período dificuldades para
acesso ao crédito -apesar
dos programas oficiais nesse sentido- e viu a concorrência crescer.
Donas de pequenas propriedades, sem ajuda de outro tipo de mão-de-obra
que a dos parentes, essas famílias não têm uma produção em escala suficiente para se tornarem competitivas.
Tal desvantagem torna-se
ainda mais grave em um
contexto de globalização e
importação de alimentos.
Essa talvez seja uma das
explicações para a perda de
renda desse setor.
(JRT)
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