São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Diálogo mostra que juíza queria decidir ação contra ex-agente

Conversa indica que Maria Cristina aceitaria as alegações do procurador da Fazenda que foi colocado sob suspeita pela PF

Magistrada não comentou a gravação; seu marido disse que eles não sabem nem o número do inquérito que deu origem às transcrições

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal transcreveu, em um dos relatórios da Operação Têmis, telefonema da juíza Maria Cristina Barongeno Curkierkorn à 23ª Vara Federal no dia 26 de janeiro último, quando a magistrada já se encontrava internada na maternidade do Hospital Albert Einstein, em trabalho de parto.
O diálogo foi reproduzido porque revela o interesse da juíza sobre processo envolvendo a empresa Suply, colocada no centro de disputa judicial em que a União tentava obter a apreensão de uma lancha de um ex-policial (leia texto nesta página), cuja importação foi questionada pela Receita Federal por suspeita de sonegação.
"Essas coisas que ficaram na minha mesa, deixa separado que depois eu faço", afirmou a juíza a Fernando [aparentemente servidor da Vara].
"Segundo o doutor Sérgio [aparentemente o procurador da Fazenda Nacional Sérgio Ayala], parece que a Suply tem razão", afirma a juíza.
Maria Cristina e Fernando referem-se supostamente à alegação do procurador de que "não era caso de apreensão", pois a embarcação teria sido adquirida no mercado interno.
"E aí eu falo com você depois", concluiu a juíza.
Procurada pela Folha na noite da sexta-feira, a magistrada não quis comentar a gravação. Por e-mail, seu marido, Charles, disse que "neste momento, estamos impossibilitados de responder a essas perguntas porque [nem] sequer sabemos o número do inquérito que deu origem às eventuais transcrições mencionadas". (FREDERICO VASCONCELOS)


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