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Minas tem que ter candidato a presidente, afirma Alencar
Ao lado de Aécio em homenagem a Tiradentes, vice-presidente lembra eleição de JK
"Acho apenas que é muito difícil que se construa um projeto de Brasil sem que Minas tenha uma presença de muito vigor", diz Aécio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OURO PRETO
O vice-presidente José Alencar disse ontem, no encerramento da cerimônia de celebração da Inconfidência Mineira, realizada na cidade histórica
de Ouro Preto, que os mineiros
devem ser "intransigentes" no
apoio a um nome de Minas na
disputa presidencial de 2010.
A declaração de Alencar, que
estava na condição de presidente interino, foi feita logo
após ele elogiar em discurso o
governador Aécio Neves
(PSDB-MG), um possível candidato a presidente -embora
os ministros petistas Dilma
Rousseff (Casa Civil) e Patrus
Ananias (Desenvolvimento Social) também sejam de Minas.
"Penso que os mineiros, de
um modo geral, têm que estar
intransigentemente ao lado de
um candidato de Minas, desde
que haja alguém com honorabilidade", disse o vice-presidente,
que é mineiro.
Momentos antes, em discurso, Alencar afirmou que Juscelino Kubitscheck (1902-1976)
foi o último presidente mineiro
eleito diretamente pelo voto.
"Há mais de meio século o
Brasil não vê novamente um
mineiro eleito presidente", disse Alencar (PRB-MG).
Segundo ele, isso deixa com
"saudade" não apenas os mineiros, mas também os "brasileiros que aprenderam a reconhecer Minas como fonte da
brasilidade, da seriedade e do
equilíbrio que os mineiros
maiores do passado trouxeram
como exemplo". Ele afirmou
ver essas qualidades em Aécio.
Mas Aécio, uma vez mais, negou ser pré-candidato a presidente. Disse que sua participação na eleição não precisa ser
necessariamente como candidato. "Eu tenho dito sempre
que Minas vai estar presente na
sucessão, pode ter candidato,
pode não ter candidato e participar do processo. Eu acho apenas que é muito difícil que se
construa um projeto de Brasil
sem que Minas tenha uma presença e uma palavra de muito
vigor", afirmou ele.
"Em Minas nós estamos buscando construir convergências,
e eu acho que as sinalizações do
próprio vice-presidente da República e presidente em exercício são muito claras, mostram
que nós podemos construir caminhos comuns", disse Aécio.
"Ninguém pode ser candidato
porque quer ser presidente."
Nos bastidores, Aécio trabalha em direção a 2010. Busca o
apoio do maior leque possível
de aliados, vinculados a partidos ou não. Ele diz que ser ou
não candidato é uma questão
que não depende só dele, mas
que, se for, tem que estar desde
agora com tudo preparado.
Foi nesse ambiente que a
praça Tiradentes, palco da celebração e homenagem ao mártir
da Inconfidência, recebeu ontem cerca de 3.000 pessoas, segundo a Polícia Militar.
Logo à frente das grades que
separavam o público da área da
cerimônia estavam faixas em
favor do tucano, bem visíveis.
"Queremos Aécio presidente
do Brasil", dizia uma delas.
Sempre cortejado pelo
PMDB, legenda que não esconde o desejo de tê-lo como candidato a presidente em 2010,
Aécio agraciou com a medalha
da Inconfidência os presidentes nacional e mineiro do partido, respectivamente os deputados federais Michel Temer (SP)
e Fernando Diniz.
O convite de Aécio para que
Alencar fosse o orador oficial
da solenidade do 21 de abril
ocorreu após o vice-presidente
reclamar por ter sido excluído
das conversas em torno da
aliança PT-PSDB em Belo Horizonte. Aécio reconheceu o erro e, com esse gesto, reaproximou-se de Alencar.
Questionado sobre o terceiro
mandato para Lula, Alencar
disse que o presidente "quer
porque quer fazer o seu sucessor", mas repetiu: "Se perguntar aos brasileiros o que é que
eles desejam, eu creio que a resposta será: desejamos que o Lula continue por mais tempo".
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